Deputados estaduais cearenses continuam se inscrevendo para fazer o uso da palavra na tribuna, mas não o fazem e muitas vezes, inclusive, nem cedem o tempo para seus correligionários presentes no Plenário 13 de Maio. Para parlamentares, a medida acaba por atrapalhar as atividades das sessões ordinárias da Assembleia, já que os debates deixam de acontecer entre eles.
Alguns deputados que nunca fizeram uso da palavra durante o Primeiro Expediente chegam muito cedo à sede do Legislativo e se inscrevem para realizar seus pronunciamentos. No entanto, esse tempo é cedido para outros deputados, geralmente, membros da Liderança do Governo. Outras vezes eles sequer cedem as falas, o que faz com que as plenárias sejam esvaziadas.
Para membros da oposição, a medida é utilizada por integrantes da base governista, que querem evitar o embate político, principalmente, quando há um tema que vai de encontro aos interesses da gestão. Há também outros que registram presença, e, simplesmente, não ficam no Plenário 13 de Maio para acompanhar as discussões. Esses vão para seus gabinetes ou até tratar de outros assuntos fora da sede do Legislativo.
O deputado Renato Roseno (PSOL) destacou que o plenário tem estado muito esvaziado nos últimos meses, ressaltando que ontem, ao chegar na Assembleia, às 6h45, sete deputados já tinham ocupado tempos de falas. No entanto, ele ressaltou que no Segundo Expediente não tem nenhum deputado para debater. "O deputado fica desanimado, por ficar falando sozinho, às vezes", disse.
Já Silvana Oliveira (PMDB) chamou tal medida de "manobra para tentar sufocar a oposição". Ela disse que há muito tem reclamado na tribuna do Plenário 13 de Maio por alteração no Regimento Interno da Casa.