No dia em que foi lançada a Caravana de Combate à Violência contra a Mulher, iniciativa da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa em parceria com o Governo do Estado, a deputada estadual Bethrose (PMB) usou a tribuna do Plenário 13 de Maio para expor que, segundo dados de pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto Patrícia Galvão e pelo Data Popular, 54% dos brasileiros conhecem uma mulher que já foi agredida por parceiro. "É um mal social, que decorre de uma cultura de mentalidade machista, onde a figura da mulher é vista como propriedade, objeto e sexo frágil. Até quando isso vai acontecer? Até quando nós mulheres teremos que viver com medo?".
Ela parabenizou a Procuradoria pela realização da Caravana de Combate à Violência contra a Mulher, lançada ontem à tarde. O projeto vai percorrer 20 escolas públicas nos municípios de Aquiraz, Cariré, Caucaia, Crato, Fortaleza, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipu, Maracanaú, Pacujá, Quixadá, São Benedito, Sobral e Tianguá. "Esse tema precisa sair do confinamento do movimento feminista, acadêmico e da gestão pública, para atingir a sociedade em geral", frisou.
No discurso, Bethrose cobrou, ainda, dos governos federal e estadual a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, que deve prestar atendimento humanizado às mulheres. "Em dezembro de 2016 foi realizada visita técnica para acompanhar o andamento da obra, com a presença da secretária especial de Políticas para a Mulher, do Ministério da Justiça", lembrou. A deputada Aderlânia Noronha (SD) fez coro à cobrança.
Procuradora da Mulher, Augusta Brito (PCdoB) respondeu que a Procuradoria já requereu respostas do governo federal. Ela também destacou que a Caravana visa diálogo com jovens de maneira lúdica. "Que a gente não naturalize o que muitas vezes os jovens assistem dentro de suas casas", sustentou. Rachel Marques (PT) se somou ao discurso e considerou o tema atual e epidêmico. "Vemos de forma brutal, inclusive pelos meios de comunicação, mulheres sendo mortas apenas por serem mulheres. É violência que tem como base a cultura machista".