Partidos com pouca representação nas casas legislativas, conhecidos como "nanicos", estão preocupados com as mudanças que podem ocorrer na disputa eleitoral com a aprovação de uma possível reforma política neste ano. De acordo com lideranças partidárias na Assembleia Legislativa, correligionários estão apreensivos, até porque acreditam que as mudanças visam apenas proteger os "caciques" da política nacional e extinguir as pequenas legendas.
Segundo representantes de PSOL, PEN e PSDC, a preocupação dos filiados é constante, visto as incertezas sobre os rumos que a reforma política pode tomar. Renato Roseno, único representante do PSOL com mandato no Ceará, diz que o partido é comprometido com o conteúdo da reforma política democrática apresentada e negada pelo Congresso Nacional.
Segundo ele, uma reforma que melhore o sistema tem que vir de fora, visto que a proposta em Brasília busca apenas defender os mandatos dos que lá estão. "O que queremos é uma reforma democrática, com base em maior controle da sociedade em relação ao Congresso".
Ely Aguiar, presidente do PSDC no Estado, afirma que os dirigentes da legenda estão se reunindo e repassando informações aos membros. No entanto, destaca que alguns filiados estão desmotivados com a possibilidade de mudanças no pleito de 2018, visto que a proposta pode vir a impedir que novos nomes sejam lançados pela sigla.
Mito
Único deputado do PEN na Assembleia, Bruno Gonçalves sustenta que o mais cômodo para os pequenos partidos seria deixar a legislação como está, sendo necessária apenas uma maior fiscalização por parte dos órgãos competentes. Ele diz que a reforma atual quer apenas "salvar os caciques" envolvidos em delações da Operação Lava-Jato.
"Também temos a preocupação de (a reforma) atingir os partidos pequenos, porque criou-se o mito de que todo partido pequeno é para vender legenda e tempo de televisão", reclama.