Os deputados estaduais manifestaram opiniões diferentes sobre a reforma política em tramitação no Congresso Nacional. Eles, no entanto, concordam que as mudanças propostas poderão ficar abaixo do esperado pela população.
Demonstrando preocupação com as propostas discutidas para a reforma política que estão em debate no Congresso Nacional, o deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que a população não tem como aceitar qualquer mudança que seja elaborada pela atual composição do Congresso. “Como vamos aceitar uma reforma política elaborada por estes deputados e senadores? Como aceitar a elaboração de leis feita por delinquentes e corruptos?”, questionou Ely Aguiar.
O parlamentar lembrou que os debates sobre a questão se arrastam há anos no País. Ele, inclusive, defendeu a realização de um plebiscito, propostas sugerida pela ex-presidente Dilma Rousseff em seu mandato. “A então presidente Dilma propunha a realização de um plebiscito para discutir uma reforma no sistema político, conseguindo apoio de parlamentares e de vários segmentos da sociedade. Acredito que, apesar de todas as críticas que temos em relação ao ex-presidente, a ideia dela poderia ter sido uma solução para tudo isso que está acontecendo no Brasil agora”, pontuou ele.
Joaquim Noronha (PRP), porém, defendeu os parlamentares das críticas. “O Poder Legislativo é o maior dos poderes constituídos do Brasil e acredito que temos bons parlamentares lá que podem representar bem a população neste tema”, frisou ele.
A deputada Dra. Silvana (PMDB) criticou o modelo político adotado no Brasil. Entretanto, defendeu uma reforma “das pessoas”. “Todos nós sabemos que o modelo político do País permite muitos benefícios aos detentores de poder, mas temos que exigir uma reforma das pessoas, passando o País a limpo, a partir das atitudes de cada um em todo o processo político”, disse.
Na mesma linha, o deputado Odilon Aguiar (PMB) cobrou uma maior reflexão do eleitor brasileiro. “Diante de toda esta problemática política e social que o País está envolvido, acho que o eleitor deve fazer uma autorreflexão sobre a qualidade do seu voto e apurar melhor a percepção de seus representantes”, avaliou.
Reformas de Temer
Além da reforma política, os deputados estaduais comentaram sobre as reformas trabalhista e previdenciária, propostas pelo governo de Michel Temer.
Os petistas Rachel Marques e Dr. Santana criticaram as matérias que serão votadas no Congresso Nacional. Para Rachel, a rejeição do requerimento de urgência para apreciação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados foi “um grande momento” para o País. A partir disso, a parlamentar projetou que o Governo não terá votos suficientes aprovar o projeto no Congresso. “Medidas como essa só aumentam a pobreza no nosso País, enfraquecendo ações sindicais, reduzindo a força da Justiça do Trabalho e levando nossos trabalhadores a trocar empregos formais por ‘bicos’”, criticou.
O deputado Dr. Santana (PT) lembrou outros pontos do texto da reforma trabalhista que, para ele, tem como único objetivo destruir os direitos dos trabalhadores. “Eles propõe o parcelamento de férias, a redução do intervalo durante o expediente e tantas outras medidas que definitivamente desrespeitam o trabalhador brasileiro”, lamentou.
O petista avaliou, ainda, que o Congresso Nacional não tem legitimidade para modificar a Constituição – notadamente no caso da reforma política. “Os que estão lá representam um sistema política que ruiu. Não estão lá para defender os interesses da nação”, criticou ele.