O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) destacou em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, que semana passada o Brasil foi atravessado pela notícia de mais um escândalo que envolve corporações privadas e a corrupção política. Ele falou da relação entre corruptos e corruptores. "Não é possível que nós não entendamos como nosso País está vivendo o manto de uma corporocracia. Não é o governo do povo, o que acontece é um governo das corporações".
Segundo o parlamentar, entre os maiores doadores da campanha de 2014 para os então candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), estava a JBS, uma das empresas citadas na Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. "Elas são mantenedoras de um esquema de corrupção política gigantesco para acobertar os seus malfeitos", exclamou.
Roseno também citou que, na manhã de ontem, mais uma operação da Polícia Federal era desencadeada, envolvendo figuras como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). "O que pensa o cidadão comum, que trabalha todo dia e, em uma semana, sabe que a carne que come é maquiada com produtos cancerígenos, na semana seguinte mais uma operação? É a completa e total desconfiança desse sistema político", afirmou. "Não haverá saída vinda de Brasília. Não é Brasília que vai mudar o Brasil, mas o restante do País deve mudar Brasília".
Em defesa de Eunício, o peemedebista Leonardo Araújo afirmou que a operação não traria nenhum temor à história do senador. Já Danniel Oliveira, sobrinho do peemedebista, disse que, hoje, a classe política está suscetível a qualquer tipo de citação.