O presidente da comissão de Seguridade e Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Felipe (PCdoB), está preparando uma série de incursões a equipamentos do Estado a fim de apresentar um diagnóstico real da situação da área no Ceará. Segundo ele, caso não ocorra mudança substancial no modelo de financiamento da Saúde, a partir de 2018, haverá uma crise no sistema de grandes proporções para toda a população.
Durante os últimos dois anos, o parlamentar esteve, de fato, à frente dos trabalhos do colegiado, uma vez que o então presidente, Carlomano Marques, hoje prefeito do Município de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, por motivos políticos e de saúde esteve ausente na maior parte das atividades daquele colegiado. No entanto, naquele período, Carlos Felipe não pôde assumir algumas funções que são próprias da presidência da comissão.
Agora, visando dar mais vida ao grupo, que trata de uma das áreas mais problemáticas da gestão, ele apresentará um projeto ao presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PDT), para em dois anos fazer visitas aos mais diversos equipamentos de Saúde do Estado, no chamado "Caminhos da Saúde", começando na atenção primária, passando pelos hospitais polos e indo até o setor terciário.
Contribuir
"Queremos fazer um diagnóstico e mostrar como a Assembleia poderá contribuir para a Saúde em termos de legislação, fiscalização e até recursos, buscando sensibilizar os deputados para alocarem mais recursos para a área", disse.
Ele pretende ainda buscar um consenso na condução do sistema das microrregiões de Saúde, vislumbrando a realização de um trabalho consorciado entre os municípios. De acordo com Felipe, um dos grandes gargalos da Saúde é o fato de a União não estar corrigindo os repasses para a média e alta complexidade, o que pode gerar um problema de grandes proporções já a partir do próximo ano.
"Temos equipamentos novos que, obviamente, precisam de novos recursos. A União não entra no sistema na proporção que deveria estar. Hoje, 40% dos repasses para manutenção dos equipamentos é da União e os outros 60% dos estados e municípios", disse. Segundo ele, cada vez mais está aumentando a responsabilidade sobre os municípios e os estados, sendo que a União não estaria fazendo sua parte no financiamento de tão importante serviço.