Deputado Carlos Matos acredita que a “judicialização” pode atrasar ainda mais a conclusão da obra
(Divulgação)
Parlamentares cearenses estão preocupados com a possibilidade das obras da transposição do São Francisco não serem concluídas a tempo de abastecer as regiões do Ceará que sofrem com os efeitos da estiagem prolongada. Considerando que, na semana passada, duas empresas foram desclassificadas do processo licitatório para retomada das obras, a expectativa de mais um atraso na conclusão dos trabalhos é inevitável. Agora, o governador Camilo Santana e membros da comissão especial da Assembleia Legislativa tentam evitar mais uma paralisação na obra.
Na busca de soluções urgentes para os cearenses que padecem com a falta d’água, Camilo Santana terá reunião esta semana com os ministros da Integração Nacional e da Casa Civil, em Brasília.
Em outra frente de pressão, membros da Comissão especial de acompanhamento das obras do São Francisco se reunirão com representantes do setor produtivo para estudar medidas de pressionar o governo federal, cobrando, assim, agilidade no processo licitatório. Na semana passada, o presidente do colegiado instalado na Assembleia Legislativa do Ceará, o, deputado Carlos Matos (PSDB), esteve em Brasília onde se reuniu com políticos cearenses e representantes do Ministério da Integração, que informaram que a Advocacia Geral da União está acompanhando de “plantão” o andamento do processo licitatório.
Carlos Matos demonstrou preocupação com a judicialização, o que poderá atrasar ainda mais a conclusão da obra. “Teremos uma reunião na segunda-feira com o setor produtivo. Mas, vamos ter no dia 20 de março uma outra reunião com a bancada federal e vamos discutir os avanços ocorridos nos últimos dias. Se não tivermos, vamos ampliar a pressão”, disse Matos, que também adiantou que membros da comissão se reunirão com o governador Camilo Santana para debater a estratégia do governo.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) lembra que nem sequer ocorreu a licitação, prevista para dezembro passado. “O Ceará será agraciado pelo eixo norte da transposição. Mas, desde junho do ano passado, a obra está parada, com mais de 90% dos trabalhos concluídos. Houve promessa de licitação para dezembro passado. Estamos em março e agora ficamos sabendo que o processo licitatório só acontecerá no próximo ano. A gente fica se perguntando o que está acontecendo”, assinalou.
Para o deputado, não é admissível que uma obra “dessa dimensão” passe dez meses sem licitação concluída e agora possa ser atrasada mais um ano. “Não acredito que é porque o Ceará é oposição ao Governo Federal. A transposição poderia resolver um problema hídrico para três milhões de habitantes. A Assembleia deveria aprovar moção de repúdio ao Governo Federal por conta desse descaso”, afirmou.
O parlamentar anunciou também que o açude Araras, em Crateús, está com volume de água maior do que em igual período do ano passado. “Temos água para Russas e Crateús para virar o ano, graças ao trabalho feito pelo ex-governador Cid e pelo atual, Camilo Santana, que construíram adutoras para assegurar o abastecimento”, frisou.
Mais
Na semana passada, a bancada cearense se reuniu com o Ministro da Integração, Helder Barbalho, e tratou da crise hídrica no Ceará. Mais uma vez, a transposição do Rio São Francisco foi o tema que norteou a reunião.