Parlamentares de oposição e situação divergiram sobre a situação da Saúde no Estado do Ceará, ontem, durante sessão plenária da Assembleia Legislativa. Opositores manifestaram preocupação com as denúncias de entidades da categoria médica sobre redução nos repasses orçamentários para hospitais, além de Unidades de Pronto Atendimento (Upas) para 2017. Já a base garantiu que a área da Saúde é prioridade do governo Camilo Santana.
“Filas de espera para consulta especializada, problemas na distribuição de medicamentos, falta de estrutura, hospitais superlotados, são alguns dos problemas enfrentados pelos cearenses”, relatou a deputada Fernanda Pessoa (PR). Para ela, o corte no repasse à Saúde pelo Governo do Estado “é um absurdo”.
Conforme informou Fernanda Pessoa, o Ceará perderá mais de R$ 50 milhões destinados à saúde. A dotação orçamentária de dois hospitais regionais, do Hospital Geral Waldemar Alcântara e de unidades de Pronto-Atendimento, as UPAs, para este ano foi reduzida em 10% em relação ao ano passado. “Isso é gravíssimo já que nossa saúde encontra-se em séria crise”, avaliou. E finalizou afirmando ter recebido denúncias de falta de medicamentos básicos nos postos. “E medicamentos que deveriam ser entregues pelo Governo do Estado não estão sendo distribuídos. Isto é descaso com a nossa gente”, concluiu.
Já o deputado Heitor Férrer considerou que, se confirmada, a redução no repasse para saúde seria “incompreensível” e “inaceitável”. “Por mais que compreendamos as dificuldades financeiras do Governo e a necessidade de cortes na máquina pública, não podemos aceitar, de forma alguma, cortes na área da Saúde, pois isto seria a decretação de morte aos mais necessitados”, apontou Heitor.
Audiência
Sobre a situação, o deputado Carlos Matos (PSDB) informou que vai pedir audiência pública para debater a revisão das verbas para a Saúde no Ceará. Segundo o deputado, o Governo pretende cortar custos fechando salas de cirurgias. “Já existem grandes filas para cirurgia. O correto era não cortar verbas da saúde, mas se é necessário cortar que se faça de maneira inteligente e diminua em outra área não essencial”, disse ele.
Prioridade
O deputado Júlio César Filho (PDT), por sua vez, ressaltou que existe uma “rigorosa determinação” por parte do governador Camilo Santana de não prejudicar os cidadãos, mesmo com a redução de gastos na Saúde pública do Estado. E admitiu as reduções, porém, nas áreas administrativas.
Julinho avaliou que há formas de se reduzir gastos na pasta sem necessariamente prejudicar o atendimento, cirurgias ou distribuição de medicamentos. “O Governo acredita que, otimizando a administração das unidades hospitalares e da própria Secretaria da Saúde, conseguiremos reduzir os gastos”, afirmou, acrescentando que o Estado conta com Unidades de Pronto Atendimento (Upas), hospitais regionais, atendimento móvel de urgência cobrindo 70% do Ceará e com um repasse de R$ 135 milhões para os 36 hospitais polo.