O deputado Fernando Hugo (PP) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para criticar a defasagem na saúde pública do Brasil. Segundo o parlamentar, os recursos repassados para o Sistema Único de Saúde (SUS) estão descompassados há mais de 15 anos. “Há anos a cota mínima para ter profissionais competentes e medicamentos no Sistema Único de Saúde não é ajustada”, ressaltou.
O parlamentar salientou que não se faz saúde pública sem condições mínimas de ofertar a saúde preventiva, que profilaticamente faz com que doenças infectocontagiosas não se espalhem em qualquer região do mundo; a saúde primária que é a do atendimento ambulatorial, e a da área hospitalar que interna o doente para tratamento. “O SUS no Brasil faz tudo isso, mas sem verba suficiente, teremos fechamentos de hospitais e falta de profissionais já que o valor que se ganha para trabalhar é irrisório”, disse.
De acordo com Fernando Hugo, 35 mil leitos de hospitais conveniados ao SUS foram fechados. “A demanda cresce, o repasse é pouco e os leitos mínimos”, alertou. Para o parlamentar, o Congresso Nacional precisa votar as proposituras legais para maiores repasses do SUS. “Nenhum prefeito no Brasil, nem governador, nem gestor resolvem fazer saúde pública péssima, mas existe uma imensa quantidade de deveres que sem verba não dá para gerenciar nem as prioridades”, frisou.
Durante o debate em plenário, o deputado Sérgio Aguiar (PDT) destacou que nenhum município tem condição de arcar com o ônus na saúde pública. “Em 2014, em Camocim, a prefeita Mônica Aguiar [esposa de Sérgio] teve 15% de recursos para gastar com a saúde. Gastou 23,4% e, ainda assim, a saúde não foi uma das áreas melhores assistidas. O grande problema é a escassez de recursos”, apontou.
Já o deputado Lucílvio Girão (PP) ressaltou que há 20 anos não existe aumento na tabela do SUS. “Por causa da defasagem muitos médicos deixaram de operar pelo SUS”, observou. O deputado Ely Aguiar (PSDC) também salientou que os problemas de fechamento de hospitais e grandes filas para transplantes e exames são por causa da pouca verba ofertada para a saúde pública.