Em discurso ontem na Assembleia Legislativa, o deputado Heitor Férrer (PSB) voltou a cobrar medidas por parte do Estado para que pacientes da rede pública estadual de Saúde não fiquem desamparados diante de medidas de contenção que estariam sendo tomadas pelo Executivo estadual. O pronunciamento ocorreu com o Plenário 13 de Maio quase vazio e ninguém da base governista se manifestou.
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Heitor relatou que, na última semana, apresentou na tribuna a possibilidade da "tragédia" do fechamento do centro cirúrgico do Hospital Waldemar de Alcântara. "Na sexta à noite nos reunimos com vários médicos de vários hospitais, no Sindicato dos Médicos, para tratar do assunto", contou. "O fechamento do centro cirúrgico é detalhe, apenas um detalhe".
Férrer alertou que um corte linear de 10% na verba da Saúde no Estado vai resultar no fechamento do serviço de neurocirurgia dos hospitais Regional Norte e do Cariri. "Não dá para imaginar o Estado do Ceará, já com esse status quo dos hospitais regionais funcionando nessas duas grandes regiões, situados em Sobral e Juazeiro do Norte, ter que enfrentar o fechamento da neurocirurgia", afirmou.
Parar o atendimento da especialidade nos locais, para ele, seria "uma verdadeira tragédia" para o Estado. "Não para nós deputados ou para quem tem plano de saúde, que é uma minoria e chega a apenas 12% da população. Mas para os 88% que precisam dos serviços públicos. Vamos imputar a esses cearenses uma pena de morte oficial, porque quando se atende em Sobral e deixa de atender o destino é Fortaleza, onde os hospitais não suportam mais a demanda".
Audiências com senadores
Com cópia do Diário Oficial em mãos, Heitor cobrou que haja reversão da matéria. Ele informou ainda que, na mesma reunião da última sexta-feira (10), ficou decidido que serão agendadas audiências entre profissionais da medicina cearense e os três senadores do Estado. "Vamos falar com o senador Tasso Jereissati (PSDB), Eunício Oliveira (PMDB) e Pimentel (PT), porque não podemos permitir que isto aconteça", declarou.
Odilon Aguiar (PMB) complementou, alertando para a falta de medicamentos para pacientes que fazem hemodiálise. Já Roberto Mesquita (PSD) disse que isso é motivo de vergonha para a atual geração de políticos. "Como explicar aos que nos vigiam que não há planejamento num assunto tão essencial à vida como a Saúde?", questionou.