Vereadores eleitos com discurso pautado pela questão da Segurança Pública rejeitaram ontem, no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, o título de "bancada da bala". Os parlamentares afirmam que o que buscam não é mais violência por parte do Estado, mas, pelo contrário, mais paz para Fortaleza.
A questão foi levantada, inicialmente, por Evaldo Costa (PRB). O vereador afirmou, em discurso, ter sido questionado por jornalistas se iria fazer parte da "bancada da bala", mas disse que rejeita o rótulo. "Pelo amor de Deus, chega de bala! Chega de alma sebosa nessa cidade!", comentou rindo. Ele destacou que estará comprometido com a "bancada da vida", pautando o mandato em outros temas além da Segurança Pública.
Dummar Ribeiro (PPS), que é policial civil, em aparte a Evaldo, também rejeitou o título. De acordo com o vereador, "somos profissionais da segurança que podem dar contribuições ao debate e à cidade". Quem também foi enfático ao negar o título foi o vereador Soldado Noélio (PR). "A bancada da bala é aquela que está assaltando a população de Fortaleza, que está fazendo aumentar os homicídios em todo o Estado do Ceará", declarou.
A presença de profissionais de segurança na Câmara cresceu. Se quatro anos atrás os únicos eram Márcio Cruz (PSD) e Capitão Wagner (PR), hoje são cinco. O título de "bancada da bala", entretanto, foi combatido até por quem não é policial. Frota Cavalcante (PTN), que atua no setor de habitação, fez elogios à Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e defendeu a necessidade de uma polícia "mais atuante". Ele disse que é, acima de tudo, "a favor da paz".