O deputado Renato Roseno (Psol) criticou, ontem, a mensagem do Governo do Estado que propõe reajuste para os salários dos servidores públicos. De acordo com o parlamentar, o aumento de 2% proposto para a maioria dos servidores é insuficiente para repor as perdas salariais.
Renato Roseno informou que 88% dos servidores do Estado estão abaixo do teto da Previdência. “Mais da metade percebe até dois salários mínimos. O senso comum é mal informado, quando se trata do funcionalismo. Há preconceitos contra os servidores, que, no geral, ganham pouco”, salientou.
De acordo com o parlamentar, a inflação diminuiu o poder de compra dos servidores. “O IPCA acumulado em 17 anos é de 227%, e o reajuste foi de 151% no período, significando uma perda de 76% desde 1999”, justificou.
Roseno também lembrou que esse é o segundo ano em que a reposição salarial está abaixo da inflação. “Todos esperavam o anúncio de um reajuste. Mas o percentual anunciado de 2,29% – e de 6% para quem ganha salário mínimo – frustrou a todos”.
O deputado criticou, ainda, o corte de 15% do orçamento do Sine/IDT (Instituto de Desenvolvimento do Trabalho). A medida estava prevista no Plano de Sustentabilidade para o Desenvolvimento do Estado do Ceará, lançado em 2016 e, para Renato Roseno, foi uma decisão “cruel”.
O parlamentar explicou que uma das crises mais “pungentes” que o Brasil vive, atualmente, é a do emprego, e que o Ceará conta com 480 mil desempregados, sendo 250 mil apenas na Capital.
O corte, conforme observou, já determinou a demissão de pesquisadores responsáveis pelo levantamento do mercado de trabalho de janeiro, “o que representa uma redução de cerca de 200 mil atendimentos a desempregados”.
Renato Roseno explicou ainda que funções essenciais do Sine/IDT estão ameaçadas com esse corte, e que seu mandato irá pressionar Governo do Estado para que essa medida seja revista. “Em nome do Psol, queremos denunciar que não é apenando a massa salarial mais pobre que a economia cearense será estimulada”, afirmou.