O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Monitoramento das Obras de Transposição do São Francisco, deputado Carlos Matos (PSDB) chama atenção para a necessidade de união entre o Governo e da população no combate a crise hídrica. A situação é das mais críticas vistas nos último anos. Eles destaca que os reservatórios cearenses estão no mais baixo nível desde que passaram a ser monitorados, segundo informações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).
Além disso, o nível médio de armazenamento é de 6,6%, o menor dos 23 anos de acompanhamento. Dos 153 açudes que a Cogerh monitora, 37 estão secos e 46 em volume morto. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) ainda vai divulgar o prognóstico para a quadra chuvosa de 2017. Entretanto, a entidade já observa um enfraquecimento do fenômeno “La Niña”, que é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e propicia o aumento do volume de chuvas no Ceará.
Na avaliação de Carlos Matos, cinco medidas propostas pela comissão podem amenizar o problema. “Sendo bastante otimistas, podemos atingir o nível de até 22%. Mas, ainda assim, precisamos dobrar a quantidade de poços perfurados, reúso da água, consumo consciente por parte da população, reduzir o desperdício e utilizar novas fontes hídricas descobertas no litoral”, cita o parlamentar.
Já o deputado José Sarto (PDT) avalia que essa é a pior estiagem da história do Estado, mas espera que a Funceme apresente bons prognósticos para este ano. “Não podemos deixar de torcer por um bom inverno e, ao mesmo tempo, não devemos esperar só pela chuva. Temos que fazer a nossa parte, nos reeducando quanto ao uso da água, pois Fortaleza só conta com abastecimento garantido até agosto”, salienta.
Alternativas
De acordo com o deputado Heitor Férrer (PSB), seria arriscado depender somente das chuvas quando se vive no semiárido. Além disso, ele lamenta o atraso nas obras da transposição do rio São Francisco. “Confiamos na transposição das águas, prometida para 2015, e já se vão nove anos de obras, com previsão de conclusão para 2018. Se não chover, teremos que dessalinizar a água do mar, pois não há mais formas de economizar, já que mal temos para consumo humano”, alerta.