Para um, 2017 será ano de começar um novo governo. O outro, ao chegar à metade do mandato, admite que projetava mais resultados alcançados até então, mas diz que trabalha para honrar compromissos de campanha que ainda não são realidade. O Diário do Nordeste publica, na superedição deste fim de semana, entrevistas com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), nas quais ambos listam prioridades de ações a partir de 1º de janeiro.
Segurança é uma delas. Ao tratar do tema que travou inúmeros debates ao longo da campanha eleitoral de 2016, Roberto Cláudio detalha um conjunto de políticas de monitoramento e prevenção à violência a ser executado no segundo governo. O governador, por sua vez, comemora o fato de que, neste ano, o Estado conseguiu manter redução no índice de homicídios, que caía desde 2015. Entretanto, "não completamente satisfeito com os resultados", assegura mudanças na cúpula da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em 2017.
Economia
Mergulhados na mesma crise econômica nacional, Camilo Santana e Roberto Cláudio também tratam de desafios semelhantes - embora em diferentes proporções - à frente do Executivo. Nas entrevistas, os dois colocam o equilíbrio fiscal como prioridade no novo ano.
Para isso, o governador, que terminou 2016 enviando à Assembleia Legislativa o "Plano de Sustentabilidade para o Desenvolvimento do Estado do Ceará", anuncia que, em meio às "crises econômica, política e hídrica", novas medidas de austeridade devem vir. Já o prefeito, entendendo que a crise, localmente, tem como principal impacto o desemprego, diz que adotará ações que tornem Fortaleza mais competitiva para receber investimentos. Elas incluem, nas palavras dele, uma política de incentivo tributário, arranjos público-privados e outras.
Politicamente, após o ano eleitoral em que, contrariando o próprio partido, o PT, Camilo Santana reafirmou aliança com Roberto Cláudio, o chefe do Executivo Estadual admite, ainda, a possibilidade de mudar de legenda partidária. Ambos também falam das relações com vereadores e deputados estaduais. Após cisão na base aliada quando da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, no início deste mês, o governador começa o ano reconhecendo que perdeu aliados, mas ganhou outros.