Os 45 candidatos eleitos pelos eleitores da capital cearense no pleito deste ano recebem, nesta segunda-feira (19), o diploma que garantirá a posse efetiva aos seus respectivos cargos no próximo dia 1º de janeiro. A cerimônia de diplomação do prefeito reeleito Roberto Cláudio (PDT), do vice-prefeito Moroni Torgan (DEM) e dos 43 vereadores da 18ª Legislatura da Câmara Municipal de Fortaleza será realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), a partir das 17h, no Centro de Eventos.
O desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes, presidente do TRE-CE, e a juíza Jane Ruth Maia de Queiroga, presidente da Junta Eleitoral, deverão conduzir a cerimônia, que deverá contar com a presença de autoridades, políticos e também de familiares dos postulantes eleitos em outubro passado.
A diplomação de hoje efetivará uma renovação de mais da metade dos vereadores da Capital. São novos os nomes de pelo menos 26 eleitos para assumir mandato na Câmara Municipal de Fortaleza de 1º de janeiro de 2017 até 31 de dezembro de 2020. A atual legislatura teve renovação inferior: apenas 19 das 43 cadeiras da Casa foram ocupadas por novas lideranças.
Reeleitos
Embora uma expressiva parcela da atual composição do legislativo municipal tenha disputado a eleição deste ano, apenas 17 serão diplomados hoje. É o caso, por exemplo, do vereador Adail Júnior (PDT). Dentre os reeleitos, ele foi o candidato que obteve o maior número de votos nominais: 15.912 no total. No pleito anterior, de 2012, o pedetista havia contabilizado 13.695 sufrágios, conforme dados do TRE-CE. O segundo vereador reeleito que obteve votação mais expressiva foi o presidente da Câmara, Salmito Filho (PDT), com 15.551 votos.
Também foram reeleitos para a próxima legislatura os vereadores Antônio Henrique (PDT), Elpídio Nogueira (PDT), Benigno Júnior (PSD), Didi Mangueira (PDT), Márcio Cruz (PSD), Mairton Félix (PDT), John Monteiro (PDT), Luciram Girão (PDT), Evaldo Lima (PCdoB), Ziêr Férrer (PDT), Bá (PTC), Cláudia Gomes (PTC), Guilherme Sampaio (PT), Acrísio Sena (PT) e Casimiro Neto (PMDB).
O resultado do pleito não apenas renovou os nomes dos vereadores, mas também impôs mudanças representativas nas bancadas dos partidos. Hoje, recebem seus diplomas integrantes de 18 agremiações. Inclusive, algumas legendas que atualmente estão sem representantes na Câmara passam a ter seu espaço efetivado com a cerimônia de diplomação. Assim, partidos como PEN, PRTB, PSDB, PRP, PPL e PPS passarão a ocupar as vagas conquistadas a partir de janeiro.
Nessa perspectiva, o PDT se consolida como a maior bancada no legislativo municipal, tendo em vista que os eleitores fortalezenses elegeram 11 candidatos do grêmio. Em seguida, vêm o PR e o PRTB, cada um com quatro vereadores. Já o PPL elegeu três candidatos, enquanto SD, PEN, PSD, PT, PTC, PRP e PPS elegeram dois parlamentares cada um. Os demais partidos que lograram espaço na próxima legislatura da Câmara são PSDB, PMDB, PTN, PSL, PCdoB, PSDC e PRB. Cada um deles elegeu um vereador.
Outra mudança da legislatura que se inicia no próximo ano é a ausência do PSOL, que atualmente possui a vaga ocupada por João Alfredo. O partido disputou vaga na Câmara em outubro, e o candidato Ailton Lopes até chegou a ter uma votação expressiva (12.483 votos, sendo o quinto mais votado da Capital), mas não conseguiu se eleger por não atingir o quociente eleitoral.
Perfil conservador
A diplomação de hoje consolida uma Câmara Municipal mais conservadora a partir do ano que vem. Enquanto partidos de esquerda perderam espaço na Casa Legislativa com o resultado do último pleito, uma significativa parcela dos novos vereadores eleitos defendeu, durante as campanhas, bandeiras mais conservadoras, ligadas à família tradicional e à criminalização do aborto, por exemplo. Eleita pelo PRTB, a jornalista Priscila Costa, é evangélica e destacou, na campanha eleitoral, a restauração dos valores "Deus, Pátria e Família" na política.
A bancada religiosa também ganha mais força na Casa, embora os pastores evangélicos Gelson Ferraz (PRB) e Carlos Dutra (PDT) e o vereador Fábio Braga (PTN), ligado à comunidade católica, não tenham sido reeleitos. Os dois primeiros são considerados "históricos" por terem atuado em várias legislaturas. Em contrapartida, são muitos os parlamentares que, embora defendam outras causas, têm relação forte com a religiosidade.
Outra característica que chama a atenção entre os vereadores eleitos que serão diplomados hoje é a quantidade de representantes que focam grande parte de seus discursos e pautas na segurança pública. É o caso, por exemplo, de Julierme Sena (PR), policial militar eleito com 5.938 votos, e de Evaldo Costa (PRB), apresentador de programa policial que também deve levar à tribuna da Casa debate sobre violência.
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Retrospecto
O prefeito Roberto Cláudio, por sua vez, será diplomado hoje após ter sido reeleito em disputa acirrada no segundo turno contra o deputado estadual Capitão Wagner (PR). Na votação do dia 30 de outubro, o pedetista conquistou 678.847 votos (53,57%), enquanto o adversário chegou ao fim da apuração das urnas com 588.451 sufrágios recebidos (46,43%).
No segundo turno na Capital, segundo dados do TRE-CE, de 1,69 milhão de eleitores aptos a votar, 1,37 milhão compareceram às urnas, o que representa 81,40% do total. A abstenção, por sua vez, foi de 18,60% do eleitorado, o que corresponde a 314,9 mil eleitores. Os votos nominais representaram 91,98% dos eleitores que foram aos locais de votação. Outros 6,10% anularam o voto e 1,92% do eleitorado votou branco.
No primeiro turno, quando oito candidatos estavam na disputa, incluindo a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), o comparecimento foi maior: 1,40 milhão de eleitores foram às urnas. Brancos representaram 2,52% dos votos e nulos somaram 5,86%. A abstenção foi de 288,3 mil eleitores, correspondente a 17,04% do total apto a votar.
Dos oito candidatos que disputaram a Prefeitura, cinco - Capitão Wagner, Heitor Férrer (PSB), João Alfredo (PSOL), Roberto Cláudio e Tin Gomes (PHS) - formaram coligações para o pleito. Francisco Gonzaga (PSTU), Luizianne Lins e Ronaldo Martins (PRB) lançaram chapa pura, ou seja, sem o apoio de nenhum outro partido. Na disputa proporcional, para vereador, algumas coligações foram desmembradas em outras. Em 2016, 32 das 34 legendas partidárias listadas pela Justiça Eleitoral no Ceará lançaram candidaturas na Capital.