Dinastias, castas e oligarquias
Na quinta-feira passada, dia 1o, o deputado Sérgio Aguiar, compreensivelmente decepcionado após a apuração dos votos da eleição em que foi derrotado pelo deputado Zezinho Albuquerque para a presidência da AL, elencava, entre os motivos daquele resultado, a atuação da “dinastia dos Ferreira Gomes”. Ele, com certeza não é o primeiro a se referir ao poderoso grupo com esse adjetivo. Em 2011, um artigo da Gazeta Cearense, já via a referida família como dinastia. Na verdade, Sérgio exagerou um pouco, já que não se trata de uma sucessão de soberanos da mesma família. O qualificativo mais admissível seria oligarquia. Sobre o assunto, o jornal O Povo Online, realizou uma busca interessante colocando em destaque as principais oligarquias que predominaram politicamente em alguns municípios, regiões e até no Estado. Destaques especiais para os Accioly, que mandaram e desmandaram entre 1896 e 1912; no Cariri, os Bezerra; em Granja, há meio século os Arruda, do invencível “cacique” Esmerino; em Morada Nova, as família Castro e Girão se alternaram desde a primeira metade do século passado; em São Gonçalo do Amarante, durante 65 anos reinou absoluta a família do ex-governador Lúcio Alcântara, cuja única derrota só veio em 2012, para o atual prefeito, Cláudio Pinho; e, ironicamente, em Camocim, por meio século pontifica a família Aguiar, cuja única derrota foi para o sucateiro Vaulino, em 2004, hoje aliado e o vice-prefeito da cidade. Diante desses detalhes, vem à tona uma realidade nacional, ou seja, a de que, na maioria dos municípios brasileiros, a política tem sido mantida sob o controle de grupos familiares, em muitos casos, verdadeiros clãs ou castas, abertos apenas a parentes e afins. Mas, um aspecto importante, desse lado da política, não deixa de merecer atenção e reflexão: são raríssimos os casos de oligarquia que consegue se eternizar no poder. E quando somem, é pra não mais retornar.
Promessa
Na semana passada, em plena efervescência da campanha pela presidência da AL, o deputado Sérgio Aguiar teria afirmado que mesmo perdendo aquele desafio, permaneceria na base do Governo.
Difícil
Quem conhece as posições dos apoiadores de Sérgio, sabe que essa sua promessa, se é que houve, seria impraticável, tendo em vista os antagonismos que os Ferreira Gomes conseguiram “conquistar”…
Temor
Embora apenas parte da base do Governo na AL tenha votado contra o presidente Zezinho Albuquerque, as atenções estão voltadas para amanhã, para avaliar os riscos da base nas próximas sessões.
Incertezas
Outro problema que está preocupando são a graves acusações do deputado Ivo Gomes (PDT) contra o TCM, afirmando que esse órgão estaria protegendo prefeitos “picaretas” e perseguindo os honestos.
Pré-campanha
Quem consultar deputados que votaram contra o presidente Zezinho Albuquerque, vai ouvir uma projeção antecipada em relação a 2018: a campanha da AL, precipitou a sucessão estadual de 2018.
Corrida
Em busca da vaga a ser deixada no TCE com a saída de Teodorico Menezes, anda bastante animada a corrida, já disparada pelos deputados Fernando Hugo e José Sarto, ambos fortes candidatos.
Tertius
Não fica nesses dois a pretensão de ocupar o cobiçado cargo. O PCdoB, que ajudou na eleição do presidente Zezinho, quer a vaga para o ex-senador Inácio. A vaga, como sabemos, é da AL. E agora?…