A disputa entre Zezinho Albuquerque e Sérgio Aguiar poderá ter consequências tanto para a estabilidade do governo Camilo na Assembleia como para o processo de sucessão em 2018
FOTO: EVILÁZIO BEZERRA
A chapa do candidato de Camilo Santana (PT) e dos irmãos Ferreira Gomes, Zezinho Albuquerque (PDT), venceu a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. O placar terminou com 27 a 18 para Zezinho e uma abstenção na primeira votação disputada depois de 31 anos. Todos os outros anos tiveram chapa única.
Contudo, os caminhos que levaram à vitória trouxeram também prejuízos para o Governo. A oposição que, até ontem, representava 1/4 do parlamento, cresceu e se fortaleceu com o racha da base.
No processo de negociação de votos para seus respectivos candidatos, o grupo Ferreira Gomes rompeu com a ala do ex-vice-governador Domingos Filho, que apoiava Sérgio Aguiar para presidência da Casa. “Saímos com um grupo fortalecido, mesmo derrotado. Sei que nos próximos dois anos a AL viverá um novo momento”, disse o articulador do bloco PSD-PMB, o deputado federal Domingos Neto. Ele condenou a postura do governador Camilo no processo de eleição da AL.
Domingos Neto confirmou a saída definitiva de seu grupo da base do Governo. Na teoria, a medida significaria pelo menos sete deputados a menos para a base. Se seguida à risca, a debandada amplia o número de oposicionistas de 15 para 21. No entanto, interesses individuais de cada deputado e a capacidade de articulação governista, com troca de cargos e apoio, ainda pode mudar o quadro.
A própria oposição também sofreu decepções. Um dos representantes mais ativos do PMDB, Audic Mota, entrou na chapa governista de Zezinho. A decisão foi motivo de desconforto entre os colegas de partido. Segundo Audic, a disputa local em Tauá pesou para ele. Domingos Filho e Audic são rivais políticos no município.
O deputado Osmar Baquit (PSD) também trocou de lado de última hora. Ele era líder do bloco PSD-PMB e fez diversas declarações a favor de Sérgio, que sofreu derrota maior do que previa.
“Sem racha”
Após ser declarado vitorioso, Zezinho Albuquerque negou que houvesse qualquer ruptura na base ou ressentimento com os membros que ficaram contra ele na votação. Ele argumentou que o fim da disputa deverá trazer de volta a harmonia de antes da disputa.
“Esse racha da base é normal. Todos são amigos (...) Eu sei que com essa disputa alguém sai doído. Mas nós vamos estender a mão a todos. A base do governo não está dissolvida”, declarou. Ele chegou a referir-se a Sérgio como companheiro com interesses em comum.
Ele pediu unidade no parlamento. O deputado, um dos mais próximos de Cid e Ciro Gomes, disse estar emocionado por ser o primeiro a ocupar a o cargo de presidente por seis anos seguidos. (colaborou Daniel Duarte)
Nova Mesa
Integrantes
Presidente: Zezinho Albuquerque (PDT)
1º vice-presidente: Tin Gomes (PHS)
2º vice-presidente: Manoel Duca (PDT),
1º secretário: Audic Mota (PMDB)
2º secretário: João Jaime (DEM)
3º secretário: Júlio César (PDT)
4ª secretária: Augusta Brito (PCdoB)
1º vogal: Robério Monteiro (PDT)
2º vogal: Ferreira Aragão (PDT)
3º vogal: Bruno Pedrosa (PP)
A Mesa Diretora foi eleita para o biênio 2017-2018.