se pode classificar como dos mais equilibrados os discursos cometidos ontem na Assembleia Legislativa durante audiência contra a proibição das vaquejadas - medida tomada em outubro pelo Supremo Tribunal Federal. Misturaram-se imprecações contra ministros da corte maior da Justiça do País, chegando ao xingamento, contra entidades avessas aos maus-tratos a animais e contra partidos que lutam contra violências do gênero. Houve, ainda, exóticas considerações a respeito de geração e manutenção de empregos e renda no Nordeste e confusas interpretações da lei diante de tradições populares. Não faltou coesão - as manifestações tiveram o mesmo sentido. O que faltou foi coerência.
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O governador Camilo Santana (PT) não gostou nada de saber de interferências externas no processo de sucessão da Assembleia - como as atribuídas aos conselheiros do TCM Francisco Aguiar e Domingos Neto. Para Camilo, atitudes do gênero podem pôr em risco a autonomia e a independência dos poderes.
Quem propôs o quê
É interessante notar também que não foi nenhum deputado da "bancada da bala" - também conhecida como "galera medonha do mundo cão" - que propôs na Assembleia uma matéria com essa finalidade. Foi o deputado Tin Gomes (PHS, foto), que passa longe do discurso especializado em tocar o terror na população. O governador sancionou a lei na semana passada.