A maioria dos deputados, nos últimos dias, tem se dedicado aos contatos reservados com colegas em razão da eleição na próxima quinta
( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
Depois da constituição de um bloco partidário formado por 11 deputados, com vistas a vagas na Mesa Diretora e comissões técnicas permanentes, outro grupo está sendo formado na Assembleia Legislativa. Com a quase totalidade de seus membros sendo da oposição ao Governo Camilo Santana, o bloco está procurando mais adeptos, podendo ser uma das principais bancadas da Casa. Tanto este quanto aquele bloco têm suas legalidades questionadas em razão de dispositivos do Regimento Interno.
Na semana passada, conforme o Diário do Nordeste informou, um bloco formado por deputados do PSD, PMB, PCdoB, PEN e PRP foi montado, tendo como líder o deputado Osmar Baquit, do PSD. Odilon Aguiar, do PMB, que está licenciado, disse que pretende voltar ao Legislativo para participar da votação, na próxima quinta-feira, da composição da Mesa Diretora que terá vigência no biênio 2017-2018.
Ainda que o Regimento Interno diga que partidos que fazem parte de determinados blocos não podem deixar os quadros destes e se alinharem a outros na mesma sessão legislativa, os membros desses grupos que estão sendo montados na Casa dizem que há legalidade em suas formatações. O PEN, por exemplo, fazia parte até a semana passada da mesma bancada composta com PP e PDT. Pelas regras da Assembleia, não poderia se unir ao novo bloco.
No entanto, enquanto a procuradoria da Casa não se manifesta a respeito do assunto, outras junções vão sendo articuladas. Em 2015, quando da discussão para a composição da Mesa Diretora, a oposição tentou se unir em um bloco coeso, o que não aconteceu devido à falta de unidade entre os oposicionistas naquele momento. Acontece que para a Mesa que valerá a partir do próximo ano, os opositores ao Governo atual estão buscando se alinharem mais com vistas às dez vagas em disputa.
Colegiados
Conforme informações dos próprios deputados, por enquanto há uma possibilidade de união entre PR, PSDC, PSDB, SD e DEM. Eles estão tentando se juntar ao PMDB, que até então é a maior bancada de oposição ao Governo atual. No entanto, cinco dos seis peemedebistas já tinham fechado questão sobre irem sozinhos para a escolha da Mesa e presidências de colegiados técnicos.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que o bloco é viável e que está havendo uma discussão com os membros desses partidos. Segundo ele, a bancada, caso seja formada, será capaz de decidir a eleição à presidência da Assembleia.
Para Carlos Matos (PSDB) sempre se tentou montar um bloco de oposição na Casa, o que não foi possível na escolha da Mesa em 2015, e agora está se tentando que todos fiquem em um grupo só, independentemente, da eleição para presidente.
De acordo com a deputada Fernanda Pessoa, do PR, o partido está conversando com todos os parlamentares que estejam pensando em montar blocos, mas por enquanto, ela e Capitão Wagner estariam sozinhos. A parlamentar disse que deu palavra de apoio à postulação do atual presidente da Casa, Zezinho Albuquerque, e que não voltaria atrás com sua palavra. A parlamentar também reclama a participação de uma mulher na Mesa Diretora, o que foi prometido para 2015 e não aconteceu.
Ainda na manhã de ontem, parlamentares somavam as forças que deveriam apoiar determinado nome para a presidência da Casa e chamavam outros deputados para assinarem uma lista que estava sendo passada nos corredores do Plenário 13 de Maio. Abordada por um destes colegas, Fernanda Pessoa disse que iria pensar a respeito e chegou a dizer que muitos prometem, mas acabam não cumprindo suas promessas.