O governador Camilo Santana resolveu endurecer o discurso sobre temas considerados prioritários para a atual gestão e disparou críticas ao movimento grevista na Polícia Civil que já está de braços cruzados há 10 dias. “A greve da Polícia Civil é um desrespeito, uma afronta à população e à Justiça”. Ele admitiu que a área da segurança exige desafios e pontuou as ações do seu governo, sobretudo na “valorização dos servidores” do setor.
“A greve foi declarada ilegal para a Justiça, isso é uma afronta. Eu tenho feito apelo para mostrar que isso é um desrespeito, uma afronta à população e à Justiça. Ninguém pode passar por cima da Justiça”. “Eu assumi um compromisso com a Polícia Civil que eu faria uma revisão. Eu assumi esse compromisso, fiz um acordo com o sindicato, mandei uma lei para Assembleia, foi aprovada, eles já receberam neste mês de outubro”, disse Camilo durante entrevista, ontem, à rádio O Povo CBN.
O petista também já não esconde o descontentamento com o pouco apoio do Governo Federal no tocante à crise hídrica e pontua a responsabilidade da União caso haja um colapso de água no Ceará. Camilo falou sobre o enfrentamento à seca no Estado e cobrou ações da União, dentre elas a liberação de recursos para conclusão da transposição do Rio São Francisco.
“Se tiver um colapso de água no Ceará, a culpa é do Governo Federal, que não tem ouvido o governador”, frisou ele, acrescentando que “todas as alternativas para evitar racionamento nós estamos fazendo: poços, adutoras. Mas caso não chova no período de inverno em 2017, a única segurança que nós vamos ter para não haver um colapso é a chegada da água da Transposição do Rio São Francisco. Essa é uma ação urgente, emergencial. É importante que a sociedade, que a população, cobre do Governo Federal. Se tiver um colapso de água no Ceará, a culpa é do Governo Federal, que não tem ouvido o governador. Nós não temos mais condições de superar mais um ano de seca, caso não haja essa água da Transposição”.
Eunício
Camilo Santana também criticou a postura do senador Eunício Oliveira (PMDB). Nesta semana, o senador articulou uma reunião entre prefeitos de cidades cearenses em situação de calamidade por conta da seca com o ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional.
Questionado, Camilo criticou a proposta do peemedebista. “É importante a iniciativa dele, mas ele devia estar preocupado com a seca desde o início e não fazer isso como algo dentro da política”, afirmou o petista, ressaltando que, embora o senador deva satisfação ao povo cearense, o Estado vem sofrendo há cinco anos com a seca e, agora, “está tarde” para tal postura.
Bastidores
O governador Camilo Santana evitou falar sobre os rumores de sua desfiliação ao Partido dos Trabalhadores. Nos bastidores, o gestor, que integra o projeto do ex-ministro Ciro Gomes, iria para o PSB, inclusive já teria conversado com o presidente da sigla, Carlos Siqueira. Além disso, Camilo disputaria uma das vagas ao Senado e abriria caminho para o retorno de Cid Gomes ao Governo do Estado em 2018.
“A minha preocupação nesse momento é de cuidar do Ceará. A eleição só é em 2018 e até lá vamos tomar decisões importantes em relação a isso”, destacou Camilo, frisando que o Estado tem se destacado na educação, por exemplo, teve o melhor resultado do País no ensino fundamental, o que, segundo ele, é fruto das políticas implementadas ainda na gestão Cid Gomes e mantidas no seu governo.
Saúde
O governador comentou, ainda, que aguarda liberação de recurso por parte da União, para o funcionamento do Hospital Regional do Sertão Central. E ressaltou que o Executivo estadual gasta três vezes mais que o Governo Federal. “Nós estamos aguardando um financiamento, um empréstimo com o Banco Panamericano, que já está aprovado, para o Hospital do Sertão Central. Nesse momento de crise que o Brasil vive, a procura pelo serviço público aumenta, a demanda é maior. Isso vai demandando mais recursos do Estado, da União”, pontuou.