Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Há um aspecto que se deve considerar na forma como o deputado Capitão Wagner tem reagido ao resultado das urnas, já a partir do seu pronunciamento, do domingo à noite, logo após a oficialização dos números definitivos: é o primeiro insucesso eleitoral que ele enfrenta. Fosse já um pouco mais experiente, estaria ele jogando ênfase mais forte sobre a sua excepcional performance, com mais de 588 mil votos como candidato à Prefeitura de Fortaleza. O cenário lhe permitiria adotar postura de uma espécie de vitorioso político, algo que, de fato, ele foi. O inconformismo que preferiu adotar, optando por primeiro ir atrás de “culpados” a qualquer custo e de não demonstrar esforço de buscar explicações para o resultado eleitoral dentro de suas próprias ações, a partir de eventuais erros cometidos, é sinal de uma imaturidade política que, aí sim, talvez ajude a explicar o que aconteceu. Aconteceu em Fortaleza, simplesmente, que, a despeito de uma campanha reconhecidamente eficiente, o candidato Capitão Wagner registrou cerca de 90 mil votos a menos do que o candidato Roberto Cláudio. É assim que a banda toca na democracia, respeita-se a vontade do eleitor e parte-se para a próxima.