Reunião entre Exército, Justiça Eleitoral e Secretaria da Segurança Pública do Estado definiu, ontem, linha de atuação das tropas federais no segundo turno das eleições em Fortaleza. O comandante da 10ª Região Militar, general Theophilo Gaspar de Oliveira, anunciou que a Capital terá reforço de 2.500 militares para o pleito deste domingo, 30. Além desses, mais 1.100 homens darão apoio logístico para os atuantes nos locais de votação, segundo Ministério da Defesa. É o maior efetivo entre as cidades que terão presença das tropas federais.     Além de Fortaleza, outros 11 municípios em todo o País, até o momento, terão reforço das tropas federais, num total de 16.600 homens – sendo 13 mil destes para força de segurança e 3.600 para força de contingência, podendo ser acionados “em caso de necessidade”.     Para São Luís, no Maranhão, serão alocados 600 militares. Manaus, capital do Amazonas, terá reforço de cerca de mil homens. O Estado do Rio terá 6 mil militares em atuação em seis municípios – com a capital carioca recebendo quase metade do número. Três cidades do Paraná, incluindo a capital Curitiba, contarão com apoio de aproximadamente 1.500 militares das Forças Armadas.     De acordo com o general Teophilo, o contingente é “quase duas vezes maior” do que o alocado para 144 cidades do Piauí no primeiro turno. Para ele, porém, o número direcionado a Fortaleza não indica preocupação com possibilidade de conflitos durante o pleito. “É pela demanda de missão da cidade. Estamos considerando uma missão normal de garantia de votação e apuração, que faz parte das nossas atribuições. As Forças Armadas vêm para apoiar a segurança pública na manutenção da tranquilidade durante a votação”, disse o general. Os integrantes das tropas chegam nesta sexta em Fortaleza, às 17 horas.     O comandante da 10ª Região Militar diz, ainda, que os militares são “subordinados aos juízes eleitorais” que “darão ordens para agir” e “intervir para coibir” delitos, como prática de boca de urna.     Justiça Eleitoral   A juíza eleitoral Jane Ruth Maia, diretora do Fórum Eleitoral de Fortaleza, explica que “nada mudou” na atuação das forças nos locais de votação, em relação ao papel da Polícia Militar no primeiro turno: a ordem é agir “quando forem acionados” pelos juízes eleitorais.     “Ocorreram incidentes, como já se sabe, que foram resolvidos. O Exército vai trazer mais tranquilidade e se propõe a tratar os incidentes da melhor forma – não com força arbitrária, mas com o diálogo e conversa, pra pacificar”, conta.     Na reunião, também estiveram presentes superintendentes da Polícia Federal, delegado Delano Cerqueira Bunn, e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Rommel de Almeida e Silva.       NÚMEROS       3.600   militares virão a Fortaleza para dar reforço na segurança da votação e apuração do segundo turno das eleições     16.600   é o número total de militares alocados em 12 cidades no País para o pleito: 13 mil efetivos e 3.600 reservas     SAIBA MAIS     O efetivo para segundo turno da capital cearense será composto por militares de batalhões do Exército de Fortaleza, Crateús; Teresina e Picos, no Piauí; e Recife, capital de Pernambuco.     O pedido de reforço das tropas federais foi aprovado, oficialmente, no dia 6 de outubro pela corte do TRE-CE,, com o aval do governador Camilo Santana. A decisão veio após pedidos de diversos juízes eleitorais, em documento relatando intercorrências com policiais militares durante o primeiro turno. Dos juízes, houve reclamações de abuso de autoridade, desobediência a servidores eleitorais e ação “totalmente parcial em favor de Capitão Wagner (PR)”, candidato a prefeito.