Na semana da votação no segundo turno da disputa pela Prefeitura da Capital, abordagens policiais na campanha eleitoral voltaram a ser criticadas, ontem, na Câmara Municipal de Fortaleza. Vereadores da base aliada apontaram que policiais militares estariam questionando, sem motivo, ações de campanha de militantes da candidatura à reeleição de Roberto Cláudio (PDT). Reclamações similares haviam sido feitas após o primeiro turno.
De acordo com Márcio Cruz (PSD), há um tom de agressividade por parte da campanha do candidato Capitão Wagner (PR) e, em razão do apoio, policiais têm abordado "qualquer pessoa que estiver com camisa amarela ou gravata amarela" para reprimir ações de campanha. O vereador relatou ter sofrido tentativa de coação, na última terça-feira, quando fazia panfletagem para o pedetista em praça da Capital.
Segundo ele, uma viatura policial abordou o grupo de militantes para "coagir os militantes a não pedir voto", apontando que o local era proibido. Márcio Cruz relatou ter indagado o que a legislação eleitoral prevê sobre a proibição de panfletagens em praças e, ao não saberem responder, os policiais deixaram o local. "A gente está aqui para repudiar o tom de agressividade dessa campanha em Fortaleza. O povo quer ver proposta", disse.
Evaldo Lima (PCdoB), líder do Governo na Casa, lembrou ter passado por situação parecida no primeiro turno, quando estava com uma bandeira amarela na seção de votação, em "manifestação silenciosa". "Eu posso conduzir minha bandeira, vestir a cor de camisa. Quero lamentar o baixo nível da campanha que vem sendo desenvolvida por um dos candidatos à Prefeitura".