Deputados estaduais vão aproveitar os próximos dias sem sessões ordinárias na Assembleia Legislativa para participarem mais intensivamente das campanhas de Capitão Wagner (PR) e Roberto Cláudio (PDT), em Fortaleza. Em entrevista ao Diário do Nordeste, alguns disseram que vão ficar até o próximo domingo, 30 de outubro, na Capital, dedicando-se integralmente à disputa pela Prefeitura.
Parlamentares aliados do prefeito, que tenta reeleição, chegaram a reclamar de ataques à gestão e acreditam que as críticas da propaganda de Capitão Wagner surtirão efeito contrário, até porque o candidato do PR tem perdido espaço na televisão, por meio de decisões da Justiça Eleitoral.
Nos próximos dias, deputados participarão de bandeiraços, adesivaços, carreatas e caminhadas naqueles bairros em que tiveram maior votação durante o pleito passado. Eles ainda aguardam a presença de correligionários oriundos do Interior que vão defender as duas candidaturas postas.
Júlio César Filho (PDT), por exemplo, afirmou que vai se dedicar aos bairros mais próximos de Maracanaú, na Regional V, onde ele obteve mais votos na disputa de 2014. De acordo com o parlamentar, mesmo Roberto Cláudio sendo apontado como favorito nas pesquisas, o momento não é de perder o foco e se dedicar ainda mais à campanha.
Eventos
José Sarto (PDT) destacou que vai percorrer diversos bairros da cidade, uma vez que a maior parte de seus votos está na Capital. Segundo ele, um dos eventos deve ocorrer no Conjunto Ceará, com a presença de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República em 2018. No Pan Americano, Roberto Mesquita (PSD) salientou que, desde o primeiro turno, tem se empenhado nas atividades de rua em prol da candidatura do atual prefeito à reeleição.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB), por sua vez, reclamou do baixo nível do debate nesta reta final das eleições e afirmou que tal conduta não é boa para a população, que está mais preocupada em ouvir propostas. No entanto, segundo argumentou, estão na disputa um prefeito e outro que nunca foi gestor, o que tornaria mais fácil ao adversário de Roberto Cláudio "vender esperança" para as pessoas que estão em dúvida sobre o voto. "A campanha tem que ser mais propositiva, mas os ataques acabam surtindo efeito, porque parte da população gosta de ouvir isso".
Para Evandro Leitão (PDT), porém, as críticas feitas por Wagner à gestão de Roberto Cláudio não surtirão efeito no eleitor. "A população quer projetos e ações propositivas. Não aguenta mais politicagem rasteira, ataques sem propostas", reclamou.
O pedetista ressaltou que vai continuar trabalhando nas ruas até o dia 30 de outubro, mostrando o que foi feito na atual gestão. "Isso é a melhor resposta para se dar aos ataques", defendeu.
Reverter números
Apesar do desgaste físico que diz estar sofrendo, o candidato Capitão Wagner também tem contado com o apoio de deputados, dirigentes e voluntários nestes últimos dias antes do pleito. Com uma base de sustentação menor que a de Roberto Cláudio na Assembleia Legislativa, o postulante acredita que poderá reverter os números apresentados na pesquisas com uma maior participação de seu eleitorado nas atividades de rua.
Pelo menos quatro deputados que fazem parte do mesmo grupo político que Capitão Wagner têm se dedicado mais efetivamente à disputa nestes últimos dias. Carlos Matos (PSDB), Silvana Oliveira (PMDB), Tomaz Holanda (PMDB) e Fernanda Pessoa (PR) participam de adesivaços, carreatas e passeatas quase que diariamente em busca de mais votos para o apoiado.
A deputada Silvana Oliveira, por exemplo, afirmou que tem convidado amigos e correligionários para participar de mini-carreatas pela cidade, de forma voluntária. O mesmo faz Fernanda Pessoa, que nos últimos dias têm feito blitze pela Capital. Já Tomaz Holanda, conforme explicou, está participando de encontros, principalmente, em bairros da periferia da cidade, ao lado de familiares e voluntários.
Carlos Matos, por sua vez, tem buscado apoio do empresariado em prol da candidatura de Capitão Wagner, inclusive, realizando encontros entre os representantes do setor e o postulante. Os deputados entrevistados pelo Diário do Nordeste disseram acreditar, assim como o candidato, em reviravolta dos números das pesquisas eleitorais.
No entanto, como sua estrutura foi menor, com menos carros de som, bandeiras e militantes, Capitão Wagner teve que comparecer a mais eventos e, por isso, o desgaste físico acabou sendo natural, conforme ele disse ao Diário do Nordeste. Segundo ele, a campanha é intensa e, como sua candidatura não tinha condições financeiras, sua presença foi necessária em vários locais.