A armadilha de quem bate
Capitão Wagner (PR) adotou postura mais agressiva em relação a Roberto Cláudio (PDT) e conseguiu a maior redução da diferença nas pesquisas desde que a campanha começou. A estratégia teve resultado e, obviamente, será mantida e reforçada. A questão é que ela traz problema embutido. Campanha que bate abre brecha para direitos de resposta. E Roberto Cláudio tem explorado isso ao máximo. Tem pedido na Justiça, e obtido bastante sucesso nos pleitos. E tem enfatizado nos debates que obteve vitórias na Justiça para tirar do ar programas do adversário. E conseguiu ainda espaços no programa opositor, também para se contrapor às afirmações.
É sempre impactante quando uma candidatura obtém parte do tempo da outra para se contrapor a afirmações feitas na propaganda. O Tempo de Wagner diminui e o de Roberto Cláudio aumenta, dessa forma, na reta final. O fato é que o Capitão não tem alternativa. Se tocasse a campanha no ritmo em que vinha, ele fatalmente perderia. Então, o jeito foi arriscar tudo.
Além disso, o programa de rádio do Capitão passou a explorar a questão do direito de resposta. Peça veiculada no rádio diz que quem deveria ter direito de resposta era a população. Afirma que o bairro em que se vive não é igual ao mostrado no programa do prefeito e candidato à reeleição. E afirma que a resposta será dada na urna.
DISPUTA PELO PÚBLICO GAY
A coluna mencionou ontem a disputa dos candidatos a prefeito pelo eleitorado jovem. Outras várias brigas, porém, são travadas. Cada segmento é uma trincheira. E uma na qual a disputa se tornou mais acirrada foi entre os gays. Roberto Cláudio realizou um “purpurinaço”. Capitão Wagner foi além. Levou seu irmão, que é gay, para o horário eleitoral.
Não deixa de ser bom sinal. Na campanha de 2004, candidatos no 2º turno polemizaram sobre políticas públicas voltadas ao combate à homofobia. Hoje, os candidatos buscam, cada um a seu modo, atrair o voto dos homossexuais.