RC e Capitão Wagner se enfrentaram ontem no 2º debate do 2º turno
FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK
Seguindo linha adotada em debate da TV O POVO no último domingo, Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (PR) subiram ontem o tom dos discursos em debate na TV Jangadeiro. Com cinco dias para conquistar a preferência do eleitorado, os candidatos mantiveram postura agressiva e trocaram novas acusações e cobranças no encontro.
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Ânimos atingiram acirramento máximo ao final do 3º bloco, após Wagner acusar RC de tentar beneficiar empresários com a remoção de feirantes da José Avelino. “Ele quer tirar a feira de lá, beneficiando um grupo empresarial que presta serviços à gestão”, disse, apontando que feirantes serão obrigados a comprar boxes em uma nova estrutura planejada pela Prefeitura.
O prefeito, que já havia feito várias intervenções cobrando “menos ataques e mais propostas” do adversário, rebateu: “Crítica até aguento, ofensa moral, não. Seja mais explícito na sua acusação, porque vou cobrar judicialmente quando e a quem estou beneficiando”. Wagner chegou a iniciar resposta, mas foi interrompido pelo fim do bloco.
Já Roberto Cláudio criticou suposta negativa de Wagner em assinar, em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Ceará (Sindiagua), compromisso pela não privatização da Cagece. “Quero assumir o compromisso de que manterei a Cagece pública”, disse RC. Wagner, no entanto, negou ter recebido qualquer convite do sindicato neste sentido.
Tom agressivo
O clima acirrado de acusações e críticas permeou, assim como ocorreu no debate da TV O POVO, todo o programa. Até mesmo no 1º bloco, quando respondiam diretamente a estudantes da Faculdade Farias Brito, os candidatos aproveitavam as deixas para trocarem alfinetadas.
Em diversos momentos, RC se queixou do discurso crítico de Wagner, e cobrou mais profundidade nas propostas do adversário. “A fala dele mostra inexperiência. Se fosse fácil desse jeito, eu teria feito”, disse. Wagner rebatia: “Nós queremos fazer o difícil mesmo, se fosse só para fazer o fácil, como ele quer, não precisaria nem de prefeito”.
Em um dos momentos, o prefeito criticou Wagner por ter abandonado pela metade mandatos de vereador e deputado estadual para “seguir projeto político pessoal”. Em resposta, Wagner afirmou que o próprio RC abandonou um mandato de deputado estadual em 2012 “por ordem de seus padrinhos políticos”.
O militar também criticou o fechamento de bibliotecas e laboratórios de informática de escolas municipais. Já RC disse ter ampliado de 240 para 273 o número de bibliotecas. “O que nós acabamos foi com uma mamata de interferência política para professor não dar aula em sala de aula e ficar a disposição de laboratório”, respondeu o prefeito.
Wagner também cobrou a não execução de uma série de promessas da gestão em 2012, como a construção de uma academia municipal para professores e seis Cucas. “A crise que vivemos não nos permitiu fazer tudo o que pretendíamos. Mas também estamos realizando coisas que não havíamos prometido. Ciclovias, Areninhas, IJF 2 e muito mais”, disse Roberto Cláudio.