Diferentemente do primeiro turno, quando os caciques estiveram ausentes, a segunda etapa da disputa pela Prefeitura de Fortaleza tem visto uma queda de braço direta entre os dois ex-aliados Ciro Gomes (PDT) e Tasso Jereiressati (PSDB).   LEIA TAMBÉM Chegou a hora dos caciques políticos?       O tucano gravou vídeo, divulgado ontem, com elogios a seu candidato na Capital, Capitão Wagner (PR). Na peça, o senador afirmou que o nome do PR “é um homem sério, culto, competente, mas um homem simples”. Tasso diz ainda que o militar chega para fazer reformulação da política cearense.     Para a especialista em mídia e eleições, Paula Vieira, a escolha deste momento para aparição de Tasso foi estratégica. “Se tivesse aparecido antes, teria mais tempo para a oposição desgastar a imagem do Tasso em relação a ele”, analisa.     A socióloga explica ainda que Wagner tem sido cobrado por não aparecer ao lado de seus apoiadores. Portanto, a fala do tucano na televisão seria uma forma de o candidato demonstrar que não tem nada a esconder. Paula Vieira também afirma que a imagem do senador pode atrair parte do eleitorado que está com Roberto Cláudio (PDT): classe média e empresários.     O senador Eunício Oliveira (PMDB), que também apoia Wagner, esteve dedicado a candidaturas no Interior no primeiro turno. No último sábado, no entanto, ele participou de caminhada ao lado do candidato do PR e seu vice, Gaudêncio Lucena.     “Nas ruas de Fortaleza, vemos a alegria e receptividade do povo com Capitão Wagner. Estamos juntos nesta caminhada pela segurança de uma Fortaleza melhor”, disse Eunício nas redes sociais.    De acordo com a assessoria do senador, o peemedebista também deverá gravar vídeo para a campanha de Wagner.   Apesar de os padrinhos políticos estarem em maior destaque, Wagner ainda não chegou a associar sua imagem à do presidente da República, Michel Temer (PMDB), que possui popularidade tão baixa quanto a de sua antecessora no cargo, Dilma Rousseff (PT).   Ferreira Gomes   Em resposta à participação de Tasso na campanha, Ciro Gomes, aliado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), iniciou uma enxurrada de críticas. Cotado para disputar a Presidência em 2018, Ciro voltou a atacar Wagner, chamando-o de “capetão ‘culto’ mas pouco inteligente”, referindo-se diretamente à fala do tucano na propaganda eleitoral.      O mais velho dos Ferreira Gomes já vinha mantendo Wagner em sua mira desde o início da campanha. No entanto, a participação dele na eleição da Capital ficou mais intensa depois de ter conseguido eleger seu irmão, Ivo Gomes, em Sobral.     Na primeira semana do segundo turno, Cid Gomes e o governador Camilo Santana (PT) prometeram que estariam mais presentes na campanha de Roberto Cláudio. “Eu não acho que, desta vez, ele precise de padrinho. Já tem um legado”, disse Cid.       SAIBA MAIS     É a primeira vez que os candidatos Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (PR) inserem padrinhos políticos na campanha. Antes, apenas Luizianne Lins (PT) havia apresentado seu aliado, o ex-presidente Lula, na televisão e em comício no primeiro turno.     Embora RC não tenha levado ainda Cid e Ciro Gomes para a televisão, os ex-governadores têm participado de eventos eleitorais ao lado do governador Camilo Santana (PT). Ambos prometem trabalhar pelo aliado nas próximas duas semanas de campanha na Capital.     Em 2014, na eleição para o Senado, Tasso conquistou em Fortaleza 63,66% dos votos válidos, o que corresponde a 676.821 votos. Seu principal adversário, Mauro Filho, que apoia hoje Roberto Cláudio, teve 29,65% dos votos, o que equivale a 315.244 votos.     Cid e Ciro Gomes passaram a maior parte do tempo no primeiro turno empenhados na dura eleição do irmão Ivo Gomes (PDT), em Sobral.     O senadores Tasso Jereissati e Eunício Oliveira também passaram o primeiro turno viajando o interior do Estado em apoio a candidatos peemedebistas e tucanos e de partidos aliados.