Em tons opostos, os candidatos à Prefeitura de Fortaleza trataram do mesmo tema nas inserções televisivas veiculadas ontem no horário eleitoral gratuito. Tanto Roberto Cláudio (PDT) quanto Capitão Wagner (PR) optaram por apresentar propostas voltadas à geração de emprego e renda, mas em perspectivas diferentes. Enquanto o prefeito, que busca reeleição, enalteceu ações da gestão no incentivo ao trabalho, o adversário apontou a atual taxa de desemprego na capital cearense e criticou a falta de promoção de diálogo pela administração municipal entre categorias.
Roberto Cláudio, que iniciou seu programa defendendo que "é papel de um bom prefeito desenvolver ações para gerar empregos e apoiar quem quer trabalhar por conta própria", destacou três iniciativas implantadas no atual governo que, segundo ele, contribuem para a geração de vagas de trabalho e para a qualificação profissional.
Respaldado por depoimentos de beneficiados, ele detalhou o Programa Empreendedorismo Sustentável, que oferece capacitação e crédito para microempreendedores, e o Programa Incubadora, que possibilita a jovens consultoria, estrutura e capacitação para montar o próprio negócio. O pedetista também salientou que as Areninhas geram oportunidades.
"Se tiver a honra de merecer o seu voto, vou ampliar o valor dos financiamentos e o prazo de pagamento do Empreendedorismo Sustentável", disse ele, comprometendo-se também a continuar e ampliar programas como Incubadora, Juventude na Onda, fazer mais 30 Areninhas e abrir mais três CUCAs.
Liderança
Já Capitão Wagner, no programa exibido em seguida, utilizou de um narrador para ressaltar qualidades de um "líder de verdade" e evidenciar, em contradições, críticas a Roberto Cláudio. Ele expôs promessas de campanha do atual prefeito que não teriam sido cumpridas e disse que "um líder de verdade não coloca trabalhadores para brigarem entre si", em referência a categorias que ouviu em dois bate-papos. Em um, com um guarda municipal e um feirante da José Avelino, no Centro. No outro, mediou diálogo entre um taxista e um motorista de Uber.
Afirmando que Fortaleza hoje tem mais de 230 mil desempregados, o republicano defendeu que, no caso dos impasses que envolvem a Feira da José Avelino, "a regularização, o cadastramento e a retirada da informalidade a partir desse cadastramento é que vai fazer que a gente encontre uma solução definitiva para esse problema".
Sobre os conflitos entre taxistas e motoristas de Uber, disse que "a atual gestão, em vez de unir esses trabalhadores, preferiu ficar em cima do muro até passar as eleições para não desagradar nenhum dos dois lados", e prometeu dar condições de igualdade para as duas categorias. Os dois exemplos, segundo Wagner, são "parte da solução para diminuir o desemprego".