Heitor, um político de fibra   Na noite do dia 11, na sede do Partido Socialista Brasileiro, sob a presidência do deputado Danilo Forte, a executiva daquela sigla realizou reunião para confirmar o que quase todos os dirigentes e lideranças já haviam confirmado antes: o apoio à candidatura do prefeito Roberto Cláudio, do PDT, no segundo turno na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Só que, daquela reunião de resultado previsível, não participou o deputado Heitor Férrer, ex-candidato ao Palácio do Bispo. Os motivos, todo o mundo político do Ceará conhece sobejamente. Como ele mesmo confirmava depois, e sem causar nenhuma surpresa, aquele apoio político não tinha a sua concordância. Se fosse o contrário, seria mais uma incongruência política. Mas, na biografia e na ficha política daquele médico filho de Lavras da Mangabeira, especialista em Doenças Tropicais e Saúde Pública, não há espaço para esse tipo de comportamento. Heitor, com praticamente 30 anos de PDT, é o que se pode chamar de “o último dos brizolistas”, seguidor da firmeza e do caráter do líder Leonel Brizola, fundador da sigla nascida da bifurcação do PTB getulista. Com três mandatos de vereador e em meio ao terceiro mandato de deputado estadual, ele se viu obrigado a deixar o PDT, por não admitir que a sigla brizolista fosse, de repente, invadida por trânsfugas de outros partidos, useiros e vezeiros em mudar de trincheira política. Para a cidade inteira, ele seria o candidato natural e inconteste do PDT este ano, depois de ter desestabilizado os maiorais da política local e estadual em 1998. O labora, o PSB, por não se afinar com os líderes do PSDB e PMDB, adere a RC. Hoje, Heitor deverá confirmar a sua neutralidade. Até porque, não teria lógica para ele apoiar um candidato coligado com os senadores Tasso e Eunício, a quem ele tanto criticou e critica.