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Quinta, 06 Outubro 2016 05:39

Coluna Politica

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Para além da presença da Força Nacional É não menos que alarmante o relato feito por juízes eleitorais de Fortaleza sobre a postura de policiais durante a eleição do último domingo. Eles apontam que orientações da Justiça foram descumpridas, que teria havido excessos e omissões e até ameaça de prender mesários.   São citados desentendimentos relacionados a determinações contrárias à candidatura do Capitão Wagner (PR), que tem na Polícia seus mais aguerridos militantes. “(...) a grande parte dos policiais agiu de forma totalmente parcial e partidária em favor do candidato Capitão Wagner”, dizem os juízes.   O motivo da discórdia seria a divergência dos policiais sobre a interpretação da decisão judicial que proibia eleitores de votarem com camisa do Capitão América, adotada como símbolo pela campanha de Wagner. Daí a ameaça de prender mesários por impedir eleitores de votar usando o traje.   A decisão judicial é questionável mesmo. A lei permite manifestação individual e silenciosa. Candidatos não podem distribuir camisa. Mas trajes do Capitão América já existiam antes de Wagner ser candidato. Se algum candidato adotar como símbolo, por exemplo, uma camisa do Flamengo, a Justiça proibirá o uso? A retirada do direito de voto de quem usa a roupa cria proibição que a lei não estabelece. O candidato se apropriou de símbolo já existente. Não há propaganda explícita, número, nada. Nem camisa de partido é proibida. Entendo que a decisão judicial extrapolou. AURÉLIO ALVES/ESPECIAL PARA O POVO  Veto a camisa do Capitão América foi exagerado     Isso acho eu, mas quem decide é a Justiça. Os policiais poderiam até ter razão no questionamento, mas jamais poderiam desobedecer determinação dos representantes da Justiça Eleitoral. Independentemente de quem tinha razão sobre os motivos, o comportamento relatado é inadmissível.   Razão pela qual o pedido para a presença da Força Nacional em Fortaleza faz todo sentido. Há suspeita sobre a isenção dos policiais para garantirem a segurança da eleição. O problema, todavia, é mais profundo.   Afinal, caso venha, a Força Nacional irá embora após o 2º turno. E a Polícia fica. Os episódios relatados precisam ser analisados pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD), órgão cuja autonomia e atuação é imprescindível como nunca. E é necessário saber quem manda, de fato, na Polícia. Quem tem autoridade sobre a tropa. Se o governador – que tampouco teria direito de usá-la em favor de seu candidato – ou o Capitão.   Seria importante, inclusive, que Wagner tomasse posição sobre o comportamento atribuído pelos juízes eleitorais aos seus colegas de farda, supostamente em favor dele.   REDE APOIA RC E DESAGRADA COORDENADOR DA CAMPANHA DE HEITOR O diretório municipal da Rede Sustentabilidade decidiu apoiar Roberto Cláudio (PDT) neste 2º turno. A posição desagradou Ricardo Alcântara, que foi coordenador-geral da campanha de Heitor Férrer (PSB) a prefeito, que tinha a Rede como vice na chapa. Alcântara integra o diretório estadual, mas, como não tem assento na cúpula municipal, não foi consultado, apesar da posição que exerceu na campanha. E disse à coluna discordar da posição do partido. Afirma que a postura do grupo do prefeito bate de frente com princípios centrais da sigla.   “Ferreira Gomes não rima com nova política. A tradição ali é de descompromisso partidário. Suas decisões são oligarcas, tomadas no âmbito restrito de uma família de profissionais da política”, disse. Ele acrescentou: “Ferreira Gomes não rima com sustentabilidade. O passivo é pesado: a tentativa de construir estaleiro em zona urbana, investigação judicial de ponte estaiada sobre área de preservação (Parque do Cocó), a obra de aquário tocada adiante sem licença ambiental, obras urbanas de impacto, decididas à revelia do debate público. Tem mais”. Apontou ainda: “Ferreira Gomes não rima com transparência. Comprovado o envolvimento de colaboradores próximos da família no escândalo dos empréstimos consignados, não houve as reparações minimamente necessárias. E tem muito mais”.   Alcântara seria favorável à abstenção. “Deu-se um divórcio entre discurso e prática. Pois me incluam fora dessa”, completou.
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