Um dia após costuras do governador Camilo Santana (PT) praticamente selar o apoio do PT Fortaleza à reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT), uma reviravolta interna pode apontar novo rumo ao partido no segundo turno.
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A reunião que daria o anúncio favorável à aliança com o prefeito, e que seria realizada ontem, acabou sendo adiada para amanhã após divergências entre as correntes do partido.
O vereador reeleito Guilherme Sampaio (PT) afirmou ser “natural” que a discussão entre duas candidaturas que não representa o PT seja uma discussão “delicada”. “De um lado nós temos um governo que fomos oposição durante quatro anos e na outra ponta uma candidatura que expressa o reacionarismo de direita, associada ao golpe no Estado”, disse.
Conforme O POVO apurou, até ontem havia duas possibilidades concretas que o PT poderia optar no segundo turno. A primeira é um voto crítico a Roberto Cláudio, integrando parte do programa de governo de Luizianne Lins e liberando filiados que não se sentirem à vontade em trabalhar a favor do pedetista. A segunda é a indicação de voto nulo pela impossibilidade de apoio à candidatura do Capitão Wagner (PR).
Resolução nacional do PT orienta apoio do partido nas capitais para as legendas Psol, PCdoB, Rede e PDT.
O presidente municipal da sigla, Elmano de Freitas, afirmou que o adiamento do anúncio da resolução é para buscar um consenso. “Tem uma situação de impasse, nós temos opiniões diferentes dentro do partido. Existe a possibilidade de voto nulo e existe gente defendendo apoio crítico ao prefeito”, pontuou.
Segundo o vereador Deodato Ramalho (PT), o único consenso por hora é a impossibilidade de apoio ao Wagner. Mas também reforça a dificuldade de apoio a RC. “Há uma dificuldade muito grande de apoiar o Roberto Cláudio porque passamos quatro anos apontando os equívocos e fazendo oposição”.
Mais próximo ao governador, o vereador Acrísio Sena (PT) disse que os correligionários têm feito encontros com as representações estaduais e municipais para discutir até amanhã. Ele vê poucas possibilidades de consenso.
“O voto crítico é em cima de uma plataforma. O partido apresentar parte do programa que foi apresentado durante a campanha da Luizianne como fundamental. A discussão que a gente faz é o voto programático”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de receber o apoio, o prefeito RC optou por não comentar o que chamou de “especulações”. Ele afirmou não ter havido contato entre o partido e o PDT até ontem. “A única pessoa que tenho conversado é o governador Camilo Santana”, declarou.