Juízes de zonas eleitorais de Fortaleza enviaram, na noite de ontem, solicitação ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) para que seja requisitado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o envio de tropas federais para auxiliar o pleito do segundo turno das eleições municipais na capital cearense.     Decisão virá de apreciação da matéria pelo Pleno do TRE-CE, com data ainda a ser definida. Candidato a prefeito, Capitão Wagner, (PR), que tem apoio de membros da Polícia Militar, não vê problema na convocação.     A presidência do TRE-CE despachou o pedido para consultar o juiz Mauro Liberato, presidente da Comissão de Segurança Permanente da Justiça Eleitoral do Ceará, o procurador regional eleitoral, Marcelo Monte, e o governador do Estado, Camilo Santana (PT), sobre o envio das tropas federais. A presença da Força Nacional já havia sido cogitada, nesta semana, por promotores de Justiça do Ministério Público (MPCE) que atuaram nas eleições.     Segundo reportagem do O POVO de segunda-feira, 3, procuradores eleitorais identificaram problemas na ação de PMs durante votação de domingo e planejavam solicitar ao procurador regional eleitoral Marcelo Monte que fosse pedido reforço da Força Nacional junto ao Governo Federal.    Entre os casos mais graves, esteve uma ação truculenta da Polícia com a família do secretário estadual Inácio Arruda (PCdoB).     Procurador, Marcus Renan explica que compete ao Estado pedir presença das Forças Nacionais, após solicitação de Marcelo Monte. Segundo ele, o assunto “deverá ser tocado” numa reunião com o procurador ainda nesta sexta, 7. “Levaremos relatório explicando a situação e ele é que fará o pedido ao governador, se achar conveniente e necessário”, diz Renan, que ficou à frente da supervisão de atividades policiais no domingo, 7. “Acho conveniente. O que a gente pode fazer é sugerir que o procurador abrace essa causa”, complementou.     O TRE-CE, contudo, conforme o Código Eleitoral, tem competência para pedir o reforço junto ao TSE.     Capitão Wagner   Um dos episódios envolvendo policiais ocorreu ainda na manhã do domingo de eleição. Marcus Renan havia determinado que a 1º sargento Eliuda Lima fosse conduzida à sede da Polícia Federal por estar vestida com camisa de Capitão Wagner, candidato à Prefeitura de Fortaleza – em alusão ilegal à propaganda eleitoral.     Capitão Wagner não vê problemas em eventual pedido de envio das tropas federais. “Quem deve se preocupar é quem compra voto. Nós não fazemos isso. Por mim, podem chamar a Força Nacional, a PF, Exército ou até Marinha. Quanto mais gente pra fiscalizar, melhor”, afirmou o candidato. No primeiro turno, tropas foram enviadas para vários estados do País.