Em discurso ontem, na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Dra. Silvana (PMDB) comemorou o que considerou como choque de consciência numa parcela de eleitores que neste pleito não vendeu o voto. Ela abriu seu discurso afirmando que cada parlamentar apoiou um ou mais candidatos nos municípios cearenses e que ninguém ficou "em cima do muro" nesta eleição.
"Partimos para o encontro com nossos eleitores, levando as propostas dos que nos apoiam e acreditam, como nós, no Ceará melhor e mais justo, em um governo que chegue ao poder sem o famigerado poder financeiro, de verbas que aparecem de forma misteriosa e fantástica para carregar e captar o desejo dos eleitores".
Em sua avaliação, dessa vez foi grande o percentual dos que gastaram fortunas e se viram frustrados pelo alerta do povo, pelo entendimento e conscientização. "Acredito que a Operação Lava-Jato começou a varrer, a limpar as consciências. Ninguém queira dividir com a população a culpa de quem chega ao poder pelo voto comprado ou negociado".
Determinação
A peemedebista disse que, ainda como suplente, por diversas vezes fez discursos, chamando e incentivando a população a escolher com consciência, fé e determinação seus representantes.
"As representações nos parlamentos nada mais são do que a expressão e a leitura pura da sociedade". Silvana avaliou que, felizmente, presencia um tempo em que há avanços. "Já temos motivos para comemorar, mas ainda amargamos comentários como os de pessoas que perguntam quanto o candidato paga para trocar a bandeira ou seu voto. Eu acredito que a Operação Lava-Jato já começa a lavar essas consciências que dividem a responsabilidade quando de forma irresponsável elegem seus representantes por barganha, sem medir o que é melhor para o coletivo".
A deputada se disse feliz, também, por ver que essas eleições se mostraram como o termômetro para as próximas, o que a deixava ainda mais inspirada. Mas lamentou a perda de vagas antes ocupadas por mulheres na Câmara de Fortaleza, assim como em prefeituras cearenses.