O PT ficou, desta vez, fora do segundo turno em Fortaleza. A deputada federal e ex-prefeita, Luizianne Lins que terminou a eleição com 15% dos votos válidos, até começou a campanha pontuando bem nas pesquisas de intenção de voto, o que empolgou a militância, mas, nos últimos dias, os números se mostraram desfavoráveis a petista para seguir adiante na disputa, conforme observou o cientista político Rosendo Amorim. Ele, inclusive, chegou a apostar nas “surpresas” eleitorais da população fortalezense, mas admitiu eram remotas as chances da petista.   Amorim, professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), disse não excluir a possibilidade de que Luizianne tenha ficado fora do segundo turno por conta das críticas a sua gestão, mas afirmou que, em grande parte, o fato foi motivado pelo desgaste político da legenda diante das delações da Operação Lava Jato. Segundo ele, a candidatura sofreu com uma “confluência de crises” que afetam o PT — Lava Jato, impeachment, denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fim de um ciclo de poder — e com gestão na prefeitura. Por outro lado, seu principal oponente, o deputado estadual Capitão Wagner (PR), se mostrou mais forte diante do apelo popular em torno do debate da segurança pública.   “Duas partes. Mas, em grande parte as delações da Lava Jato. Isso fez com que uma parcela do eleitorado não tivesse ela como opção. Por outro lado, o candidato Capitão Wagner tem um apelo pela segurança, e é uma bandeira que sensibiliza a população”, frisou o professor, acrescentando que, em algumas questões, Lins levou desvantagens em relação ao segundo candidato. Para Amorim, a petista deveria ter focado no eleitorado que foi beneficiado por sua gestão apresentando novas propostas e não o que já havia realizado.