Saúde, educação, garantia de obras públicas são o carro-chefe dos discursos dos candidatos que anseiam ocupar o posto mais alto do executivo municipal. Para que a Cidade tenha desenvolvimento e gere renda e impostos, os “prefeituráveis” da Capital apostam na criação de polos específicos em bairros e miram no fomento de setores consolidados. O POVO listou algumas propostas dos oito candidatos à Prefeitura de Fortaleza para a área econômica.
“Vejo os vetores do desenvolvimento econômico de Fortaleza passarem necessariamente pela economia criativa, economia solidária, turismo, gastronomia, e especialmente, em ações que promovam a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)”, ressalta o economista Allisson Martins.
Os critérios de escolha dos especialistas se valem em duas perspectivas: não ter ligação com o Governo nas esferas estadual e municipal ou relação com os candidatos à Prefeitura de Fortaleza.
Ricardo Coimbra é mestre em Economia e professor DeVry Fanor e Faculdade 7 de Setembro (Fa7); Gilberto Barbosa é economista e sócio da Arêa Leão Consultoria Empresarial; Gregório Matias é mestre em Economia pela UFC e sócio da SM Consultoria.
CANDIDATOS
Roberto Cláudio (PDT)
1 - Desenvolvimento de ações que fortaleçam e dinamizem o turismo, confecções e construção civil.
2 - Desenvolvimento de ações que apoiem a economia criativa, economia do mar, novas indústrias e serviços avançados e Tecnologia da Informação e Comunicação.
3 - Apoio às atividades que promovam a inclusão produtiva, empreendedorismo e economia solidária.
Ricardo Coimbra: O programa quer gerar atividades para os indivíduos que estão excluídos e fomentando ações para os empreendedores que já estão em atividades. Direciona também os esforços para setores voltados à vocação do Município (turismo).
Gilberto Barbosa: As propostas tentam desenvolver atividades que são fortes na Cidade. Procura desenvolver as regiões, bem como a economia criativa e o turismo. Cria focos de serviços que atraem pessoas para Fortaleza.
Gregório Matias: Na área da tecnologia, Fortaleza tem pontos de cabos submarinos e está sendo porta de entrada para o Brasil. O desenvolvimento tecnológico necessitará de mais mão de obra qualificada.
Capitão Wagner (PR)
1 - Criar a Agência Reguladora do uso do espaço público para fins comerciais e sociais.
2 - Criar o Comitê Municipal de Gestão da Economia Criativa como um órgão permanente, estabelecendo um diálogo sistemático com as principais associações profissionais, instituições e empresas da indústria criativa.
3 - Criar um banco de indicadores econômicos, que permita a formulação de políticas e estratégias voltadas ao desenvolvimento da economia local.
Ricardo Coimbra: Ideias interessantes no sentido de aproximar o cidadão das políticas públicas. Ele quer criar um mecanismo de ação, mas também conhecer as situações críticas dos bairros. Propõe a criação de um instituto que vai mostrar um direcionamento e também define um mecanismo financiador.
Gilberto Barbosa: A agência resolveria problemas que alguns empreendedores que atuam em praças sofrem.
Gregório Matias: A criação de uma agência vai impor uma burocracia sem controle. A proposta do banco estatístico é extremamente importante. Esse departamento precisa gerar dados.
Luizianne Lins (PT)
1 - Implantar o Parque Tecnológico Digital: criar incentivos para implantação de empresas via IPTU. Articular, via agência cidadã de crédito, financiamento via bancos públicos para a instalação de empresas desenvolvedoras de software locais. Manter parcerias com instituições científicas e acadêmicas, empresários e comunidade da área de informática.
2 - Incentivar a criação de novos polos gastronômicos em outros bairros da Cidade.
3 - Apoiar o potencial calçadista e de confecções de Fortaleza.
Ricardo Coimbra: É interessante a criação dos polos e a dinamização econômica em áreas da Cidade. Também chama atenção o setor de tecnologia.
Gilberto Barbosa: O parque traria novos negócios. Os incentivos tendem a gerar um desenvolvimento específico, especialmente na área dos softwares, já que em Fortaleza há muitas pequenas empresas desenvolvedoras.
Gregório Matias: Houve um desenho que não vingou, que foi o PTFOR, no Centro. Temos linhas baratas do BNDES e da Funcap. É uma ideia positiva,temos pessoas bem preparadas.
Heitor Férrer (PSB)
1 - Fomentar microempresas nas áreas mais carentes de Fortaleza.
2 - Liberação de crédito através de fundos e bancos populares, bem como incentivos fiscais.
3 - Atenção aos setores de gastronomia, turismo e qualificação em tecnologia.
Ricardo Coimbra: Mostra proposta de descentralização de recursos da Prefeitura, com ênfase ao microempreendedor individual. Quer ativar a atividade econômica em bairros. São possibilidades de emprego e renda para as populações. Mas não sei se deveria criar uma secretaria regional para os bairros. Tem de saber qual será a origem do recurso do financiamento que a Prefeitura vai oferecer aos empreendedores.
Gilberto Barbosa: São propostas que visam estimular as microempresas, bancos populares. Dão opções às pessoas mais pobres. Estimula o turismo, gastronomia e polos de lazer e tem um foco no jovem.
Gregório Matias: Como será a forma? Através de linhas de crédito? Temos o Banco do Nordeste que tem programas. Antes de pensar assim, poderia usar as ferramentas de instituições que existem no mercado. É preciso menos burocracia.