Dos oito nomes que disputam a Prefeitura de Fortaleza, sete dependem majoritariamente de recursos do fundo partidário.
A exceção é o prefeito e candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT), que recebeu mais doações de pessoas físicas do que do fundo nacional.
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O caso mais notório de dependência é o da deputada federal e ex-prefeita da Capital Luizianne Lins (PT) - 99,9% dos recursos da campanha da petista se originam no fundo partidário recebido por sua legenda. Luizianne obteve apenas duas doações de pessoas físicas na disputa pela Prefeitura neste ano, somando R$ 500.
Os demais candidatos apresentam índices igualmente elevados de dinheiro repassado pelo fundo. Do total arrecadado por Capitão Wagner (PR), por exemplo, 90% saiu do fundo. No caso de Ronaldo Martins (PRB), esse percentual é de 98,5%. Heitor Férrer (PSB) tem 98% de seus recursos saídos do fundo partidário. João Alfredo (Psol), 79.6%; e Tin Gomes (PHS), 70,7%.
Candidato a vice na chapa de Wagner, Gaudêncio Lucena, empresário no ramo da segurança privada, doou R$ 100 mil a sua própria candidatura. Heitor também doou para si um depósito no valor de R$ 6 mil.
A campanha de RC possui apenas 20,7% arrecadados do fundo partidário. O maior volume de recursos (79,3%) vem de doações de pessoas físicas, entre elas empresários que já haviam doado ao pedetista na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em 2012. Com a reforma eleitoral de 2015, porém, a doação empresarial foi barrada.
A maior parcela dos quase R$ 4 milhões de RC, oriundos de pessoas físicas, é de grandes empresários cearenses. Há caso, por exemplo, de dono de empresa com contrato com a Prefeitura que doou a cifra de R$ 100 mil.
O candidato Francisco Gonzaga é o único concorrente ao Paço Municipal que não declarou até ontem recursos para alimentar a campanha.
A assessoria de imprensa de Gonzaga afirmou que irá declarar arrecadação e gastos “no prazo legal”.
Todos os dados usados nesta reportagem foram coletados no site do Tribunal Superior Eleitoral por volta das 20h30min de ontem.
Obrigações
Esses valores, porém, devem sofrer alterações ao longo do dia em razão da obrigatoriedade das campanhas em prestarem contas com a Justiça Eleitoral.
Os candidatos têm que, em no máximo 72 horas após o depósito do recurso nas contas bancárias destinadas exclusivamente ao gasto com atividades do pleito eleitoral, declarar como foi utilizado cada centavo.
A partir de hoje, os partidos políticos, as coligações e os candidatos devem apresentar a primeira grande prestação de contas parciais
à Justiça Eleitoral.
Os números da declaração devem conter o relatório discriminado das transferências do fundo partidário e dos recursos em dinheiro, além dos gastos realizados no período do início da campanha até ontem.
(colaborou Isabel Filgueiras)