Luizianne recebeu menos dinheiro do seu partido que os seus concorrentes das suas siglas
( Foto: JL Rosa )
Apesar de ser um dos maiores partidos do Brasil, com mais de 1,5 milhão de filiados em todos os estados da Federação, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem investido pouco na candidatura da ex-prefeita de Fortaleza, a deputada federal Luizianne Lins, que segundo ela própria e outros petistas é uma postulação prioritária para a agremiação.
Conforme foi publicado no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a direção nacional petista, por exemplo, doou à campanha do PT na Capital cearense menos da metade do que PR e PDT doaram, respectivamente a seus postulantes, ainda que estas siglas tenham representação menor que a agremiação de Lins, e consequentemente menos recursos do Fundo Partidário.
O Diário do Nordeste mostrou, em matéria veiculada ontem, que o PT só havia disponibilizado para a campanha de Luizianne Lins cerca de R$ 250 mil, enquanto que o Partido da República, liberara para o Capitão Wagner, e o PDT, para Roberto Cláudio, as importâncias respectivas de R$ 1,5 milhão e R$ 1,1 milhão, segundo registro no TSE.
No entanto, o coordenador da campanha petista na Capital, Waldemar Catanho, afirmou que ainda na noite da última terça-feira foram repassados mais R$ 250 mil, o que ainda representa, em sua totalidade, menos da metade do que a legenda pedetista disponibilizou para o atual prefeito Roberto Cláudio.
Para se ter uma ideia da disparidade dos valores arrecadados, em 2012, quando ainda vigorava a legislação que permitia a doação de pessoa jurídica, o candidato do PT naquela época, Elmano de Freitas, declarou ter arrecadado ainda no primeiro turno, cerca de R$ 3,1 milhões, sendo que R$ 2,4 milhões, segundo o site do TSE, foram de recursos oriundos do partido.
Repasse
Vale lembrar que a própria direção nacional do Partido dos Trabalhadores apoiou a candidatura própria em Fortaleza, afirmando que a Capital cearense seria uma das prioridades do grêmio durante a campanha. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, participou de evento de lançamento do nome de Luizianne Lins para a disputa da Prefeitura.
A indicação do nome da deputada federal não foi consenso dentro do grupo, até porque havia quem apoiasse apoio à candidatura de Roberto Cláudio, como o próprio governador do Estado, Camilo Santana, e o secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno, que, inclusive, se licenciou do PT para apoiar o colega pedetista.
Catanho afirmou que não sabe como acontece o acompanhamento do Tribunal Superior Eleitoral, mas ainda na terça-feira houve um repasse de mais R$ 250 mil, totalizando de arrecadação até o momento R$ 500 mil do partido, outros R$ 400 de uma militante de Apuiarés, e mais R$ 100 do próprio Catanho. "O dinheiro chegou e está na conta. Nós estamos apostando na militância, desenvolvemos nossa campanha sem militância paga, e estamos fazendo, basicamente, com militância voluntária", explicou.
Filiados, movimentos estudantis e sindicalistas seriam os envolvidos diretamente na campanha de Luizianne Lins. "Eles estão sustentando nossas caminhadas, atividades em sinais, distribuição de adesivos de carros, todo material de campanha", disse, reconhecendo que o total repassado até aqui pela direção nacional do seu partido, é insuficiente e está distante das demandas totais da campanha de Luizianne. Por isso, diz ele, o partido deve realizar no próximo dia 26 de setembro um jantar para arrecadação financeira. A coordenação da campanha também está tentando viabilizar um modelo de plataforma para receber doações via Internet.