O deputado Heitor Férrer (PSB) disse ontem que, se eleito prefeito de Fortaleza, em outubro próximo, de imediato "prenderá 50% dos ladrões que assaltam os bolsos dos motoristas", nas mais diversas avenidas e ruas. Ele se refere aos fotossensores espalhados pela cidade que hoje contribuem com R$ 7 milhões da arrecadação municipal, sem, no entanto, resolver qualquer dos problemas de trânsito da Capital cearense. Nos cinco primeiros meses deste ano, aponta Heitor, já foram surrupiados dos motoristas mais de R$ 3 milhões, constituindo-se numa verdadeira máquina arrecadadora.
Realmente, a engenharia especializada ainda não explicou direito as razões da existência de tantos instrumentos de registro de velocidade de trânsito em Fortaleza. A cada dia surgem novos ao ponto de em determinados trechos se constatar até um certo estrangulamento, tanto a proximidade deles. Heitor fala, parecendo seguro de sua decisão, como se já devidamente assessorado por profissionais da área de trânsito, embora reconhecendo necessitar o Município de arrecadar mais, em razão das necessidades financeiras para custear a máquina administrativa.
O trânsito em Fortaleza, malgrado todos os esforços desenvolvidos nesta gestão, como de resto em várias outras capitais brasileiras, tem sido um dos verdadeiros problemas da população. São muitos os veículos em circulação, e crescendo a cada dia, sem qualquer perspectiva, de curto e médio prazos, de ampliação da malha viária, senão nas localidades mais distantes de onde se localizam os principais equipamentos de uso mais intenso da população. O transporte público já melhorou, mas ainda não estimula os proprietários a deixarem seus carros em casa.
São significativamente fortes os apelos à compra do veículo de passeio e, insignificantes as políticas públicas de facilitação do uso e controle do automóvel, preferindo os governantes, com o aval dos técnicos mais acomodados, buscar conter o vai e vem dos carros ampliando o mecanismo de cobrança de multas, sendo a questão ou mais fácil, até pela sua parceria com a iniciativa privada. Infelizmente, para confirmar a ideia de muitos sobre a existência da uma indústria da multa, os fotossensores, fixos e móveis, também já se caracterizam como um verdadeiro abuso em algumas das rodovias estaduais cearenses.