Deputados estaduais cearenses consideram preocupante a situação dos açudes no Ceará, que estão com apenas 11,5% da capacidade total. De acordo com o último relatório de monitoramento dos açudes do Estado, apresentado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) em julho, a água armazenada nos açudes cearenses está com a qualidade comprometida em algum nível.
Segundo a pesquisa, realizada em fevereiro deste ano, dos 111 reservatórios analisados, 13 têm implicações na qualidade, enquanto 98 têm água com substâncias indesejáveis ou com comprometimento acentuado. Já 42 açudes não puderam ser avaliados por impossibilidade técnica ou por estarem vazios.
Para a deputada Laís Nunes (PMB), que é presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da Assembleia, os dados não chegam a surpreender, mas são preocupantes. “Já imaginávamos que a situação hídrica do Estado estivesse grave, pois estamos no quinto ano consecutivo de seca e os açudes enfrentam problemas para abastecer satisfatoriamente a população”, avalia.
A deputada informou que tem participado de reuniões com representantes da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e da Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra), para cobrar, do Governo do Estado, o bombeamento da água do açude Orós para o açude Lima Campos, em Icó, além de defender a continuidade das políticas públicas de perfuração de poços e abastecimento por carros-pipa.
Para o deputado Roberto Mesquita (PSD) a situação hídrica do Estado exige uma “operação de guerra” por parte do Governo do Estado para amenizar o sofrimento da população. “Estes dados só comprovam a calamidade hídrica que enfrentamos, já que da pouca água que temos nos reservatórios, boa parte ainda tem a qualidade comprometida”, afirma o parlamentar.
Ainda segundo Mesquita, “o governador Camilo Santana tem se esforçado para amenizar os efeitos da crise hídrica, mas o Estado precisa buscar mais recursos para a instalação de poços profundos no Interior e construção de adutoras”.
O deputado Agenor Neto (PMDB) também considera que o momento se agrava ainda mais em virtude da falta de planejamento do Governo do Estado na área de abastecimento hídrico. “Faltou um planejamento para enfrentar esse período, de uma seca que foi prevista e não vimos ações concretas que pudessem amenizar a situação”, critica. Na avaliação dele, o Governo deveria ter investido mais na perfuração de poços profundos e na conscientização da população para a economia de água.