O prefeito Roberto Cláudio avaliou como “politicagem” e “sentimento pré-eleitoral” as críticas disparadas, contra ele, por adversários que afirmam que o gestor tem “providenciado” inaugurações “nas vésperas da eleição” para usar o palanque como propaganda eleitoral antecipada. RC rebateu os argumentos da oposição, em entrevista à imprensa, ontem, após assinatura das ordens de serviços de reforma de cinco hospitais da atenção secundária.
“Tenho dito que, sempre que tenha uma crítica inteligente e justa, nossa obrigação de ter humildade de explicar. Agora, quando parte para politicagem, não merece nem a resposta devida”, disse ele.
O gestor também condenou a exploração do problema na saúde pública, em Fortaleza. Roberto Cláudio disse que “precisamos ficar vacinado com o que surge as vésperas das eleições” e fez questão de citar que, durante sua gestão, foram reformados e ampliados 72 unidades de saúde, inauguradas mais 14 e que, até ao final dos quatro anos de gestão, serão 20 novas unidades concluídas. A atual crise na saúde, denunciada constantemente por adversários, na opinião do prefeito, se trata, em sua maioria, de oposição política e, por isso, “não merece a resposta devida”.
RC ainda destacou que a Prefeitura não só contratou mais médicos, como triplicou a cobertura do Programa Saúde da Família nos últimos três anos de governo.
O prefeito ressaltou que Fortaleza teve “inúmeros avanços” na saúde pública e adiantou ações futuras. “Só médico são 300 a mais que tínhamos em 2012. Infraestrutura e pessoal tem nos ajudando a promover essa ampliação na cobertura da atenção primária. Já fizemos concurso. 117 novos médicos foram contratados para o IJF (Instituto Doutor José Frota). Como este concurso tem cadastro de reserva, então, até dezembro, devemos chamar, pelo menos, mais 50 novos médicos para o IJF 2 e Frotinhas”, disse o pedetista, acrescentando que, além disso, está em fase final de elaboração um edital para concurso para outras carreiras na área da saúde, como assistentes sociais, fonoaudiólogas, fisioterapeutas e outras. Segundo adiantou ele, o certame deve ser iniciado no segundo semestre deste ano.
Diante de disputa acirrada, com candidaturas fortes da oposição, como Heitor Férrer (PSB) e Capitão Wagner (PR), RC disse que, nos últimos quatro anos, sua gestão dobrou os investimentos na área da saúde. Entretanto, conforme ele, apesar dos “investimentos e melhorias nos indicadores, além da ampliação da cobertura, “ainda há um longo caminho a ser percorrido” e, por tanto, “só a continuidade e mais recursos irá progredir os resultados na saúde, após inúmeros problemas acumulados em governos anteriores”.
Cobranças
Lideranças de oposição tanto da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), como na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), concentram as críticas com relação à saúde pública. Na CMFor, os vereadores culpam o prefeito Roberto Cláudio (PDT) pela falta de medicamentos nas unidades e desestruturação de programas na área. Já na AL, adversários cobram as promessas do pleito anterior que, segundo eles, não estão sendo cumpridas. Contrários à atual gestão, Heitor e Capitão Wagner se revezaram na tribuna apontando erros do atual governo.
Calendário eleitoral
No último dia 8 de junho, o prefeito já havia declarado que iria entregar 40 obras, em 23 dias, uma média de duas obras por dia, até o final do prazo previsto no calendário eleitoral. A pressa tem justificativa no calendário eleitoral. É que pelas regras em vigor, os chefes do Executivo que concorrerão à reeleição são proibidos de participar de solenidades das prefeituras três meses antes da eleição. Neste ano, o limite é 1º de julho.
“De forma muito disciplinada, estou focado no que interessa para quem está no exercício do cargo, como estou. Nós temos até o dia 1º de julho, prazo limite para inauguração, pelo menos, 40 inaugurações. E não é só terminar. Isso envolve o andamento do equipamento. E temos muitas coisas em andamento. Qualquer eventual projeto de reeleição passa por resultado de gestão. Então, é importante que chegue à eleição com o maior número de realizações entregues à população. A minha tarefa, de um lado, é focar na administração”, frisou RC em entrevista no início do mês.