Após o caso de violência sexual coletiva cometida contra uma adolescente no Rio de Janeiro, a expressão cultura do estupro "viralizou" por todo o País. Em discurso na tribuna da Assembleia, a deputada Silvana Oliveira (PMDB) criticou o uso do termo quando se trata de "tamanha barbaridade" cometida contra um ser humano. "Precisa não saber nada sobre o que é cultura para apelidar estupro de cultura".
A expressão cultura do estupro tem sido utilizada para abordar um pensamento machista que normaliza o comportamento sexual violento dos homens e, por vezes, culpa as vítimas de assédio sexual. Silvana apontou que estupro deve ser tratado e classificado unicamente como crime. "Nossos filhos, pais e avós não são estupradores em potencial. Faço a defesa do ser humano, do sexo masculino, criado por nós mulheres", sustentou.
Segundo a peemedebista, cultura seria aquilo de bom que perpassa ao longo do tempo, como a música e a arte. Atos de violência sexual, para ela, são alimentados pela liberdade presente, por exemplo, em músicas que chamou de "criminosas". "Antes éramos lembrados como o País do samba, hoje passou a ser o País do funk, que faz, de forma livre e sem censura, a qualquer momento e em qualquer lugar, apologia ao crime, ensina a bestializar a mulher", disparou.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, no Brasil, ocorrem 500 mil casos de estupro por ano. "Isso acontece graças à ausência de políticas públicas voltadas para a manutenção da moral, mas, felizmente, a sociedade começa a acordar para isso", disse.