Cada vez mais mal avaliados pela sociedade brasileira, os partidos políticos passam por um período de crise de representatividade, sendo uma das instituições mais condenadas pela população. Com o objetivo de retomar a participação das pessoas na vida partidária, lideranças de grêmios no Ceará afirmam que estão em busca de mecanismos que atraiam o interesse público para a vivência política.   O PT, nos últimos anos, devido à fragilidade do governo da presidente afastada Dilma Rousseff e ao envolvimento de membros em casos de corrupção, foi uma das legendas mais atingidas e criticadas por pessoas que foram às ruas, inclusive, para pedir o fim da agremiação. Para o presidente municipal do PT em Fortaleza, Elmano de Freitas, o partido deixou de realizar ações quando tinha apoio popular, como a Reforma Política. Ele diz que era necessário ter criado canais de participação popular na política, o que não foi feito.   Presidente do PSD no Ceará, Domingos Neto afirmou que o partido está realizando mudanças internas, sobretudo no que diz respeito à comunicação, para criar instrumentos de aproximação com a população e filiados. "Vamos fazer encontros sobre estratégias e isso será fundamental para desenvolver um sistema de gestão compartilhada".   Segundo o presidente do PSDB no Ceará, Luiz Pontes, há uma frustração grande por parte da população em relação aos partidos políticos. Conforme o dirigente, o atual modelo político está exaurido e tem contribuído para distanciar representações partidárias e população.   Comprometimento   "Além de termos uma baixa qualidade dos parlamentares, você tem uma sociedade que não lembra sequer em quem votou. Não existe comprometimento político com a instituição e nem com a sociedade", afirmou.   Lúcio Alcântara, presidente estadual do PR, ressaltou que a crise do sistema política tem tornado o momento difícil para todas a legendas. Para o dirigente, nenhuma mudança será eficaz se não se alterar as regras do processo eleitoral.   Presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo, por sua vez, ressaltou que o problema da representatividade partidária hoje, no Brasil, se dá, justamente, pela multiplicidade de partidos, o que aumenta a desconfiança das pessoas. "Temos 35 partidos políticos, e muitos não têm identidade partidária forte. Basta ver o que aconteceu na Câmara (dos Deputados) quando do impeachment da presidente Dilma, quando a Câmara se transformou em um verdadeiro picadeiro".