O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência realiza, hoje, a sua nona audiência pública, no município de Quixadá.
O objetivo é ouvir a comunidade local sobre o que leva adolescentes a se envolverem em situações de violência letal precocemente, como autores e vítimas de homicídios.
O evento acontece a partir das 18 horas, na Escola Profissional Maria Cavalcante Costa. Durante o evento, a população de Quixadá e região poderá dar sua opinião, além de apresentar proposições para enfrentar o problema a partir da realidade local.
Segundo o colegiado, em 2015, 14 crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos foram assassinados em Quixadá, o que resulta em uma taxa de 38,38 mortes para cada grupo de 100 mil na mesma idade. Para a Organização Mundial da Saúde, uma taxa acima de 10 homicídios para cada 100 mil já é considerada epidemia.
Audiências
Nas audiências já realizadas – em Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Juazeiro do Norte e Sobral – a população apresentou diversas proposições nas áreas de educação, cultura, esporte, lazer e assistência social. Foram apontados caminhos que poderiam afastar crianças e adolescentes da violência letal, como escolas abertas nos finais de semana e professores capacitados para mediar conflitos, a construção de uma nova relação entre os agentes de segurança pública e as comunidades das periferias, dentre outras que constarão do relatório final do Comitê.
Relatório
Além do resultado das audiências, o relatório trará considerações oriundas dos seminários temáticos, das rodas de conversa com profissionais que atuam na rede de proteção e a análise da pesquisa de campo que está sendo finalizada, feita com as famílias de adolescentes assassinados e com adolescentes que cometeram homicídios e que cumprem medida socioeducativa. O relatório será entregue a gestores, sociedade civil organizada e a todas as instâncias responsáveis.
Fruto de uma parceria da Assembleia Legislativa com o Governo do Estado do Ceará e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Comitê é presidido pelo deputado Ivo Gomes (PDT) e tem como relator o deputado Renato Roseno (Psol).