Nomes fortes e conhecidos da população, experiência política e cabos eleitorais de peso se unirão a cenário nacional conturbado, impeachment em andamento e novas regras eleitorais para tornar pleito municipal deste ano o mais disputado e imprevisível da Capital cearense. Com escolha da deputada federal Luizianne Lins pelo PT, eleição já conta com cinco postulantes confirmados.
Entre os pré-candidatos, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) deverá buscar reeleição ao lado do governador Camilo Santana (PT), que não pode apoiá-lo formalmente, mas vem dando sinais de que não fortalecerá base de apoio a Luizianne. No último sábado, 28, o governador não compareceu a encontro do PT que teve a presença até do presidente nacional da sigla, Rui Falcão. O prefeito conta também com o ex-governador Cid Gomes (PDT) e ampla base na Câmara Municipal.
Criticado pela ex-prefeita no encontro que a escolheu como pré-candidata, RC pode não ser principal concorrente de Luizianne, que afirmou ao O POVO que seu programa de governo será voltado principalmente para a periferia da cidade e para dar continuidade ao que começou “e vem sendo destruído” por RC.
Capitão Wagner (PR), deputado estadual mais votado da história do Ceará, entra na disputa com discurso também voltado para áreas pobres na cidade. “É difícil a gente escolher o mais forte ou mais fraco quando se trata de adversário, essa será uma campanha complicada em todos os sentidos”, analisa Luizianne.
Wagner negocia acordo com PSDB e deve anunciar aliança com a sigla na próxima sexta-feira, 3, em evento presidido pelo senador Tasso Jereissati (PSDB). Segundo o deputado, o nome de Luizianne “não o assusta”, mas deve intensificar disputa. Ele diz que adversários já tentam minar sua pré-campanha, demonstrando acirramento.
Wagner pode contar também com apoio do PMDB do senador Eunício Oliveira (PMDB), caso sigla não opte por candidatura própria, que tem como principal nome o deputado federal Vitor Valim.
Há também Heitor Férrer, que negocia apoio com PRB e Solidariedade para formar sua chapa. Além deles, disputa já conta com Renato Roseno (Psol), que tem recall de quem já se candidatou duas vezes ao cargo.
Cenário
Parte da campanha deve acontecer paralelamente ao andamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), que tem perspectiva de se encerrar em agosto, mas pode se estender até novembro. O fato pode ser negativo ou positivo para o PT, que vai investir em campanha aliada a manifestações contra o “golpe”.
Ações do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) também podem influenciar e fortalecer candidatos “isentos” de crise, como Roseno. Aliadas a isso, as mudanças nas regras eleitorais, que diminuem tempo de campanha, mas flexibilizam “pré-campanhas”, podem ser positivas para nomes que já iniciaram ações de promoção pessoal.