A definição do calendário eleitoral para 2016 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializa o que já se calculava, quando da sanção e publicação da reforma política: os futuros candidatos ganharam mais tempo para as articulações com partidos.
Eles podem aguardar até o período entre 20 de julho e 5 de agosto para definir questões como coligações, apoios e nome do candidato a vice, já que essa data é o limite para a realização das convenções.
Entre os pré-candidatos já estabelecidos na disputa para a Prefeitura de Fortaleza estão: Capitão Wagner, que é indicado pelo PR; Heitor Férrer, que disputará a eleição pelo PSB; Renato Roseno, já anunciado como potencial cabeça da chapa do Psol; e o atual prefeito Roberto Cláudio, disputará a reeleição.
Quem também sairá pré-candidato ao executivo municipal pelo PRB, será o deputado federal Ronaldo Martins. É o que afirma, em entrevista ao jornal O Estado, o secretário-geral da sigla no Ceará, Euler Barbosa. Para ele, a elasticidade dos prazos ajuda os partidos a terem mais tempo nas eleições internas e a buscarem coligações, principalmente no cenário atual de incertezas políticas.
“Nesse sentido, quanto mais tempo a gente tiver para articular alianças, melhor. Depende muito da conjectura nacional também, que agora é outra”. E acrescenta que, mesmo com a prerrogativa, não deixarão para a última hora as discussões: “A nossa ideia do PRB é fazer a convenção no primeiro sábado do prazo”.
Já lideranças que ainda não definiram o partido pelo qual disputarão a eleição também ganharam tempo. Caso do PMDB que estuda lançar candidatura própria, mas a indicação está sendo disputada internamente, entre os nomes: o deputado federal Vitor Valim, o vice-prefeito Gaudencio Lucena e o ex-vereador Marcelo Mendes. O PT também se beneficiará do tempo para aparar as arestas.
Marcelo Mendes, um dos que coloca o nome à disposição do partido para disputar a eleição pelo PMDB, em Fortaleza, critica a mudança no calendário eleitoral pois, para ele, jogar as convenções para agosto foi a causa do encurtamento do período de campanha.
“Se a eleição fosse em dezembro, tudo bem. Você jogaria as convenções para frente e jogaria também a eleição para frente. Mas, manter a eleição na mesma data e jogar a convenção para frente, retirando o tempo de radio e TV e da chamada propaganda de rua, isso eu achei ruim. Não sei até que ponto os partidos se privilegiam e os candidatos se privilegiam com essa ida para o final de agosto”.
Última hora
Até o pleito de 2014, era preciso estar filiado à legenda pela qual sairia a candidatura até o início de outubro do ano anterior. Mas, com as novas regras, o prazo para registro de candidatos foi de 5 de julho para 15 de agosto, o que também abre mais prazo para articulações de última hora.