Com a justificativa de que o Estado do Ceará perde recursos do Governo Federal por não ter ainda aprovado o Plano Estadual de Educação, o líder do governo, Evandro Leitão (PDT), pediu urgência, ontem, na tramitação dos planos de Educação e Cultura. A proposta não foi bem recebida pelos parlamentares presentes que, a maioria da oposição. Antes de o pedido ser votado, a deputada Fernanda Pessoa (PR) solicitou verificação de quorum. O painel, que antes da solicitação mostrava a presença de 28 deputados, caiu para dez, não atingindo os 24 necessários para que houvesse a votação. Com a baixa, a sessão foi levantada, encerrando os trabalhos do dia.
O maior crítico do pedido de urgência foi o presidente da Comissão de Educação, Ivo Gomes (PDT). Ele questionou a razão para apressar a votação do projeto e se disse surpreso com o interesse. Visivelmente irritado com o requerimento da liderança, Ivo disse não sabia nem que havia ficado como sub-relator do Plano de Educação. O relator é Elmano Freitas (PT), que não marcou presença na sessão de ontem. "Soube ontem (segunda-feira) que estava com a sub-relatoria, ao receber a demanda de emendas", destacou.
Evandro justificou que a urgência seria necessária considerando as mudanças no Governo Federal, por isso seria importante a aprovação dos planos para que fossem assegurados recursos para o Estado. "Por isso há o pedido de votação o quanto antes, mas sem atropelos. Para isso, estamos tirando da pauta das comissões conjuntas de hoje (ontem). No entanto, entramos com o recurso para que na sexta-feira possamos fazer uma sessão extraordinária nas comissões conjuntas e, na semana seguinte, votarmos no Plenário", relatou.
Interromper discussões
Ivo afirmou não estar "feliz" com a ideia, uma vez que o Plano Estadual de Educação é de grande importância. "Mesmo diante da tal perda de recursos e sob o temor do que pode acontecer em Brasília, não seria justo interromper as discussões que antecedem a ida ao Plenário", rebateu.