O que ocorreu em Fortaleza na noite de segunda-feira é muito grave, gravíssimo. Carro repleto de explosivos deixado nas proximidades da Assembleia, como recado ao Legislativo. Não me recordo de tamanha afronta do crime ao Estado. Uma ousadia tremenda contra um Poder que, com suas enormes imperfeições, é o que está mais perto da população e tem por missão falar em nome dela. Muitas vezes não consegue a contento. Mas, nenhuma democracia pode existir sem um parlamento sólido. Esse é o tamanho da agressão cometida.
O POVO noticia desde janeiro as alianças entre facções, que fortalecem o crime organizado (leia acessando este link:
http://bit.ly/crimeorg). Ontem o governo mais uma vez anunciou redução do número de homicídios. A grande preocupação das autoridades tem sido preservar o mérito na redução da criminalidade e não deixar que isso seja atribuído à pacificação dos criminosos. Ora, o governo tem feito por onde reduzir os homicídios. Parabéns. Essa discussão de quem merece o crédito é absolutamente secundária.
O fato concreto é que há presença de grandes organizações criminosas no Ceará, corroborada pela recente prisão do irmão do líder do PCC na Capital (leia a respeito acessando este link: http://bit.ly/marcolafortaleza). A ameaça feita à Assembleia mostra que esse crime está mais estruturado e mais ousado. A reação criminosa contra iniciativa governamental, por outro lado, mostra que o poder público tem conseguido incomodar. É preciso que, como prometeu o governador Camilo Santana (PT), não haja recuo. Tal enfrentamento não permite vacilo ou transigência.