bizantina e anacrônica - para dizer pouco - são classificações que vêm sendo aplicadas a uma discussão que, meio no grito, tem sido rotineira no plenário da Assembleia. O foco inicialmente visível é o Plano Estadual de Educação, conjunto de medidas baseadas no Plano Nacional de Educação que norteia políticas públicas vitais para a sociedade - dando conta, inclusive, de confrontar preconceitos sexuais e de gênero. Outro, um tanto escamoteado, é uma queda de braço político-religiosa que há anos impõe questionamento a qualquer iniciativa que soe minimamente progressista. Algo que espanta pelo caráter ultrapassado de algumas ideias.
Demodê
Contra o Plano Estadual de Educação há argumentos tão curiosos quanto ultrapassados. O deputado Carlos Matos (PSDB), por exemplo, vincula a proposta a uma ação ideológica - ladainha anterior à queda do Muro de Berlim, 28 anos atrás. Desconsidera, assim, pelo menos, o caráter técnico do projeto.
Retrô
Outro é do deputado Ely Aguiar (PSDC) e tem, no mínimo, 40 anos de atraso: "A orientação sexual de uma criança começa dentro de casa, pela família. Não é um professor que vai dar aula sobre isso". Ely não deve saber, mas desde meados dos anos 1970 - ainda na ditadura - esse tema é tratado em escolas.
"O propósito é o de criar uma cultura de respeito nas escolas e em todos os ambientes, além de impedir que os alunos deixem de estudar por motivos como o preconceito"
Deputado Elmano de Freitas (PT) defendendo o Plano Estadual de Educação de chiliques conservadores