Deputados estaduais ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem, para cobrar compromissos do governador Camilo Santana (PT) feitos durante a campanha eleitoral de 2014. O deputado Heitor Férrer (PSB) subiu à tribuna para criticar a gestão estadual e afirmou que, em dois anos de governo, “nada foi feito, principalmente nas áreas de saúde e educação”.
“Cabe aos deputados cobrar do governador Camilo Santana as promessas estabelecidas na campanha eleitoral. Aquilo que prometeu entregar, ele tem que começar a entregar. Estamos no segundo ano do Governo e as pretensões que tinha o Governador estão longe de serem realizadas. Eu vou trazer aqui algumas porque ele vendeu essa ilusão ao povo do Ceará e está entregando a frustração, porque essa ilusão vendida já era pra estar sendo minimamente confeccionada e entregue ao cearense, principalmente, no que diz respeito à saúde e educação”, criticou.
O parlamentar lembrou que, na área da saúde, o atual governador prometeu a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em cidades com mais de 50 mil habitantes e a criação de um programa de moradia popular para substituir as casas de taipa e que “até agora nada foi feito”. “Ideias extraordinárias mas que devem ser concretizadas, senão é enganação. A administração de Camilo é insípida, inodora, incolor e apática, sem nenhuma marca significativa”, afirmou.
O deputado Agenor Neto (PMDB) também criticou o fato de, segundo ele, o Executivo não estar cumprindo as promessas realizadas à população da região centro-sul do Ceará, notadamente nas áreas de saúde e habitação. O parlamentar explicou que, nos últimos nove anos, nenhuma casa popular foi construída com recursos próprios do Estado, e os repasses para os três hospitais públicos da região não recebem “sequer 5% do que um único hospital da região norte tem recebido”.
Na mesma ocasião, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) disse que atualmente pode-se ver um descaso com a região centro-sul. “Ficou à margem do Governo, após um ano e quatro meses. Não fez nada pela região, notadamente na área de saúde, onde o hospital regional não tem recursos suficientes para funcionar”, observou.
Razoável
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), criticou, no primeiro os parlamentares de oposição ao Governo do Estado, que “querem que o Governo tenha cumprido todas as suas promessas de campanha em menos de um ano e três meses de gestão”. Para o líder, tal cobrança “não é razoável”.
O pedetista comentou promessas de campanha feitas pelo governador Camilo Santana que, segundo ele, já foram cumpridas. Entre elas, a lei de promoção das polícias Civil e Militar. Conforme observou, o Governador sanou uma reivindicação antiga da categoria, beneficiando mais de oito mil policiais.
Outros pontos levantados foram o reajuste dos proventos do Magistério, em 13,01%, a descompressão dos professores, a adequação do piso estadual dos agentes de saúde e endemias, além da construção de três mil casas em todo o Ceará, por meio dos programas de habitação.
Evandro Leitão lembrou ainda o pacote de investimentos anunciado pelo Governo no último dia 19 de março, em Quixadá, por meio do qual o Governador liberou 172 cartas de crédito para a implantação de sistemas de abastecimentos d’água. “Esse é um Governo de diálogo e que cumpre seus compromissos. Dialogamos com todas as categorias e ampliamos esse diálogo para todos os segmentos”, frisou, reforçando que a prioridade do Governo sempre tem sido “as classes mais carentes”.
O deputado George Valentim (PCdoB) disse que é injusto afirmar que o Governo não está trabalhando. “Temos que avançar muito, mas estamos vendo reivindicações antigas serem solucionadas, como a da promoção dos policiais. Então, é muito delicado questionar a eficiência do Governo em um cenário como esse de crise”, defendeu.
A deputada Rachel Marques (PT) também criticou as cobranças da oposição, e lembrou outros compromissos cumpridos pelo Governo durante um ano e três meses de gestão. De acordo com a petista, Camilo Santana garantiu a aplicação do piso salarial dos professores da educação básica, reestruturando toda a carreira do Magistério. “Foi uma conquista fundamental para a categoria. Não há como negar”, disse.