A questão da violência no Ceará tem motivado uma série de pronunciamentos na Assembleia Legislativa. As estatísticas do Governo são contestadas até por aliados, nos bastidores. Durante a sessão plenária de ontem, o deputado Capitão Wagner (PR) afirmou que o Governo do Estado não está dando o devido tratamento ao setor de segurança pública.
“Somente na quarta-feira (02) foram registrados seis ataques a transportes coletivos, com quatro ônibus incendiados. E isso não vai ser impedido por policiamento ostensivo. É preciso agir através do serviço de inteligência, para evitar novos delitos. As providências adotadas estão sendo equivocadas”, frisou, lembrando que a vice-governadora Izolda Cela havia comentado a falta de recursos para colocar em andamento o programa Ceará Pacífico. O deputado frisou ainda que, apesar das seguidas denúncias de um acordo de uma união de facções criminosas no Estado, “ninguém ouviu falar em força-tarefa para investigar a esse fato. Por isso, pedimos, por requerimento, a abertura de inquérito para que essa denúncia seja apurada”, assinalou.
Wagner disse acreditar que a redução dos assassinatos registrados em janeiro passado é fruto de acordo entre facções, e não por ações do Estado, “porque os assaltos e ataques a policiais estão com níveis ainda mais elevados”.
Defesa
A vice-líder do Governo, Rachel Marques (PT), declarou que o Executivo Estadual reconhece as dificuldades na Segurança, ressaltando que isso vem sendo trabalhado com “seriedade” e “empenho” pelo governador Camilo Santana. “O problema da segurança é grave, mas há determinação do Governo e sua equipe no sentido de superar essa situação. Não posso aceitar uma fala que aponta que a segurança não está sendo tratada com seriedade. As ações estão seguindo o sentido correto, pois investimos em batalhão de divisa, no Raio, em várias regiões do Estado, além da Lei de promoção dos Policiais, com valorização desses profissionais”,frisou.
Segundo Júlio César Filho (PMB), o Governo vem honrando seus compromissos, citando o caso da Polícia Militar que, segundo ele, foi uma das mais beneficiadas com promoções. “O Governador honrou todos os seus compromissos e já estão sendo preparados novos policiais civis e delegados”, salientou. Ele repudiou “a crítica pela crítica”, como estaria fazendo Wagner, enumerando alguns feitos do Executivo para área.
Leonardo Pinheiro (PSD) e Moisés Braz (PT) afirmaram que é preciso aguardar as ações implementadas no sentido de melhorar a situação, que, de acordo com eles, poderão ser comprovadas em médio e longo prazo, apesar dos cortes nos investimentos do setor.
Mais recursos
Para o deputado Tin Gomes (PHS), a polícia precisa de mais recursos para trabalhar de forma satisfatória. Entretanto, o deputado observou que o Governo vem investindo “como pode”, porém, há situações que independem do Executivo, como a legislação referente a prisão de menores.